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 Governo Argentino pede prisão perpétua para torturador da Esma

 O governo argentino pediu nesta sexta-feira (06) que os 12 integrantes do grupo de tarefas da Esma (Escola de Mecânida da Armada), acusados de crimes de lesa humanidade sejam condenados a prisão perpétua.

"Peço a condenação de Alfredo Astiz à prisão perpétua", declarou o advogado da secretaria dos Direitos Humanos, Martin Rico, que o considera responsável por crimes de tortura e homicídios cometidos na Esma, durante a ditadura militar (1976-1983).

Anteriormente o secretário de Direitos Humanos na Argentina, Eduardo Luis Duhalde, já havia solicitado uma "alta condenação" para todos os repressores condenados, entre os quais se encontra Astiz, ex-comandante que ficou conhecido como "anjo loiro da morte".

Criticado pela lentidão do julgamento dos processos judiciais, Duhalde disse que a Argentina "perdeu vinte anos com as leis de impunidade e muitos repressores morreram, assim como muitas testemunhas e familiares de vítimas.

"Esse tempo perdido não se recupera logicamente, as vítimas desejariam que os julgamentos fossem mais rápidos, mas é preferível uma justiça tardia do que uma injustiça eterna", disse.

As audiências foram iniciadas depois que um tribunal da Argentina condenou em abril o ex-ditador Reynaldo Bignone por crimes de lesa humanidade contra dez vítimas. Nesta tarde, Rico relembrou o assassinato da freira francesa Leonie Duquet e o sequestro de outras quatro freiras em 1977, durante uma operação da Esma. Duquet, porém, foi sequestrada em outra operação, na qual foi torturada e jogada ao mar viva. Em 2005, seus restos mortais foram encontrados em uma praia ao sul de Buenos Aires.

Entre os acusados também está o ex-oficial Antonio Pernías, conhecido por dizer que fazia parte de um grupo que torturava os presos políticos "da forma mais humana possível".

Fonte: Opera Mundi