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DEM pode perder Marco Maciel para o PSD de Kassab

O ex-senador pernambucano Marco Maciel (DEM) acaba de ser nomeado pelo prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, para integrar os conselhos de dois órgãos públicos ligados à prefeitura paulistana. Maciel receberá R$ 12 mil por mês para ir às reuniões dos conselhos. Mais do que os jetons, o que se questiona na praça é se teria sido oferecido a Maciel também uma vaga na direção do PSD, o novo partido de Kassab.

Na quinta-feira o deputado Hugo Napolão (DEM-PI) — ex-presidente nacional do PFL — declarou à coluna Poder Online, do portal iG, que ainda não sabia se iria se filiar ao PSD, embora estivesse esperando para o sábado a visita ao Piauí do prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab.

No sábado, Napoleão decidiu: vai mesmo para o PSD. E, segundo Kassab declarou no Estado, o deputado deve sair candidato a prefeito da capital, Teresina, em 2012.

Com a filiação de Napoleão e de outro ex-presidente do PFL, Jorge Bornhausen, a grande expectativa agora nas hostes do Partido Democratas é quanto ao ex-senador pernambucano Marco Maciel. Maciel é presidente do Conselho Político do DEM. Ele seria o último grande cacique do DEM a decidir se vai ou não para o PSD.

Maciel, diga-se de passagem, sempre foi muito ligado a Bornhausen. Dois políticos ligadíssimos a ele também já deixaram o DEM rumo ao PSD: o ex-governador de São Paulo Cláudio Lembo e o ex-deputado pernambucano André de Paula.

Jetons para pernambucanos

Nesta segunda-feira (9), Kassab confirmou que convidou Marco Maciel para integrar os conselhos administrativos de duas empresas municipais: a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) e da SPTuris (São Paulo Turismo). O ex-senador, que mora entre Brasília e Recife, vai receber R$ 12 mil para integrar os dois órgãos, aos quais só precisará comparecer em dias de reuniões, que acontecem uma vez por mês.

A nomeação na SPTuris foi publicada no último dia 27 no Diário Oficial. Maciel foi instalado na vaga de um conselheiro cujo mandato terminaria dois dias depois. No entanto, o estatuto da empresa prevê a reeleição para novo período de dois anos, o que garante os rendimentos ao ex-senador até depois das eleições de 2012.

De acordo com o prefeito, a escolha de Maciel foi acertada. "Ele merece por sua atuação na vida pública e a cidade de São Paulo merece ter alguém com tanta experiência, contribuindo com a administração pública", disse Kassab.

A prática de instalar aliados derrotados nas urnas em conselhos de empresas públicas é recorrente. O ex-deputado Raul Jungmann (PPS-PE), assim como Maciel, derrotado na eleição para o Senado por Pernambuco, também integra o conselho da CET, com salário de R$ 6.000 mensais.

Um outro pernambucano aliado ganhou a mesma boquinha na administração da capital paulista em anos anteriores. O presidente nacional do PPS, Roberto Freire, mesmo morando em Recife, era conselheiro em empresas públicas ligadas à Prefeitura paulistana. Recebia R$ 12 mil reais para comparecer a reuniões esporádicas dos conselhos da Empresa Municipal de Urbanização (Emurb) e SP-Turismo. No ano passado, Freire foi eleito deputado federal por São Paulo.

Com agências