Trabalhadores da saúde obtêm conquistas e encerram greve na BA

O movimento foi considerado vitorioso pelas entidades representativas dos trabalhadores. Para o presidente do Sindsaúde, Silvio Roberto dos Anjos e Silva, o ponto mais positivo foi a reabertura da mesa de negociação. “Algumas questões ainda ficaram pendentes, como o enquadramento por tempo de serviço. A gente quer mais agilidade nos processos de concessão de aposentadoria, mas já estamos agendando algumas atividades para definirmos como isto será cobrado durante as negociações”, ressaltou Silva.

O presidente do Conselho Regional de Medicina na Bahia, Abelardo Menezes, também aponta a retomada do diálogo com a Secretaria de Saúde do Estado, como um avanço a ser comemorado. “Podemos destacar também o reconhecimento do Estado da necessidade de uma revisão do PCCV da Saúde, pois há uma série de inconsistências que precisam ser resolvidas. Fruto deste entendimento, é que o secretário se comprometeu a fazer este ajuste a partir da retomada das negociações. Outro ponto é a GID (Gratificação de Incentivo ao Desempenho), que não estava sendo implementada, conforme determinação legal, e vai começar ser implementada a partir da competência junho. Ou seja, no contracheque de julho, os profissionais já vão receber a GID”, disse Menezes.

Já o presidente do Sindimed, José Caires, considera que a greve foi vitoriosa, na medida em que colocou nas ruas a luta dos médicos, obteve o apoio da população, expôs publicamente as dificuldades enfrentadas pela categoria e teve ampla cobertura da imprensa. “O movimento evidenciou ainda a representatividade do Sindimed na interlocução com o governo e a confiança dos médicos na entidade”, analisou Caires.

A superintendente de Atenção Integral á Saúde da Bahia, Gisélia Santana, afirmou que a Sesab está sensível ás questões apresentadas pelos trabalhadores e manteve os canais de negociações abertos durante todo o movimento. “O secretário Jorge Solla atendeu ao Sindicato mesmo com a greve sendo considerada ilegal. Fizemos uma reunião de negociação e há uma perspectiva em relação as reivindicações principais como o PCCV e a GID”, informou

“Encaminhamos esta negociação internamente no governo. Sabemos que existe uma dificuldade fiscal grande com relação ao controle maior sobre as finanças no nível estadual e federal, então foi um momento que demonstrou uma certa dificuldade para avançar em questões mais substanciais, com relação a reajuste salarial e outros tipos de ganhos e remunerações porque existem dificuldades relacionadas ao contingenciamento do orçamento do estado. Ainda assim, nós estamos negociando para ver como dá para avançar nas negociações”, ressaltou Gisélia.

De Salvador,
Eliane Costa