Enviado de Obama para o Oriente Médio renuncia
O enviado especial da Casa Branca para o Oriente Médio, George Mitchell, anunciou na sexta-feira (13) sua renúncia ao cargo. Numa breve carta de renúncia, Mitchell disse que já ultrapassou o prazo de dois anos em que pretendia ficar no cargo, e que por isso deixará a função a partir da próxima sexta-feira.
Publicado 13/05/2011 20:21
“Confio que isso dará tempo suficiente para uma transição efetiva”, afirmou ele na carta, que foi divulgada pela Casa Branca.
Ao comentar a renúncia, Barack Obama referiu-se a Mitchell como “um dos melhores servidores públicos que nossa nação já teve”, e disse que o adjunto dele, David Hale, ocupará interinamente a função.
Mitchell deixa o cargo às vésperas da visita do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, que deve chegar a Washington na próxima sexta-feira. Um dia antes, Obama discursará apontando sua nova estratégia para o Oriente Médio, em um momento em que os Estados Unidos vêm seus principais aliados na região serem alvo de amplas manifestações por democracia.
Mitchell, um ex-senador de 77 anos, deixa o cargo sem ter obtido nada de concreto em relação a um processo de paz verdadeiro e duradouro na região. Uma "negociação de paz" aberta em setembro de 2010 com israelenses e palestinos serviu apenas para Obama evitar uma derrota ainda pior nas eleições legislativas de meio de mandato.
O aliado israelense não cumpriu sua parte no script, provocando os palestinos com novas colônias ilegais em Jerusalém Oriental e levantando o bloqueio para construções em outras áreas ocupadas da Cisjordânia.
A mudança acontece no momento que antecede a Assembleia Geral da ONU de setembro, quando os palestinos pedirão o reconhecimento do seu Estado, um desdobramento do recente acordo de unidade intrapalestino, celebrado em 4 de maio na cidade do Cairo.
Comentando a saída de Mitchell, o porta-voz de Obama, Jay Carney, disse na sexta-feira que o compromisso do presidente com a paz do Oriente Médio “continua tão firme quanto era quando ele assumiu o cargo”, ou seja, não há nenhuma novidade em relação ao comportamento do imperialismo no Oriente Médio.
Com agências