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Parlamento paquistanês critica EUA por ação que matou Bin Laden

O Parlamento paquistanês confirmou neste sábado (14) que a ação americana que matou Osama Bin Laden não deve se repetir e que os ataques com aviões teleguiados contra alvos terroristas perto da fronteira com o Afeganistão precisa ser interrompida.

A resolução foi anunciada após 10 horas de debate no Parlamento, com discussões sobre a "ação unilateral americana em Abbottabad, a cidade do norte do país na qual os Navy SEALs mataram o líder da Al-Qaeda no dia 2 de maio.

O Paquistão ameaçou revisar a cooperação dos serviços de inteligência depois da revelação de que Bin Laden morava a um quilômetro de uma academia militar de Abbottabad, o que gerou especulações de cumplicidade.

O diretor do serviço de inteligência do país, Ahmad Shuja Pasha, apresentou um pedido de renúncia durante a sessão no Parlamento, mas o primeiro-ministro Yousuf Raza Gilani e o comandante do Exército, general Ashfaq Kayani, defenderam sua continuidade, segundo a imprensa.

O debate parlamentar aconteceu horas depois do movimento talibã do Paquistão ter reivindicado responsabilidade pelos ataques a um centro de treinamento paramilitar da polícia que matou 89 pessoas, no primeiro grande atentado para vingar a morte de Bin Laden.

O Parlamento também pediu ao governo que "nomeie uma comissão independente sobre a operação de Abbottabad, para estabelecer responsabilidades e as recomendações necessárias para garantir que tal incidente não volte a ocorrer".

Os congressistas ameaçaram ainda encerrar a cooperação logística com as tropas americanas baseadas no Afeganistão e condenaram os ataques com aviões sem piloto da CIA.

O Parlamento qualificou de "inaceitáveis" os ataques com "drones" dos Estados Unidos. "Estes ataques com aviões não tripulados devem parar. Do contrário, o governo precisa considerar as medidas necessárias, incluindo a permissão de trânsito da Otan".

Lançada em 2004, a campanha de ataques com "drones" da CIA foi intensificada em meados de 2008 e nos últimos meses realiza bombardeios quase diários contra o território paquistanês. Em 2010, mais de 100 ataques deixaram 670 mortos, incluindo vários civis.

A sessão do Parlamento paquistanês é uma resposta à percepção da população de impunidade em relação à ação americana.

Fonte: Uol