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Aécio espera eleição 2012 para propor fusão entre PSDB, DEM e PPS

Pré-candidato na corrida presidencial de 2014, o senador Aécio Neves (PSDB-MG) planeja fundir PSDB, DEM e PPS, criando assim um único e competitivo partido de oposição. Conforme os planos de Aécio, a sigla seria anunciada em 2013, depois das eleições municipais do ano que vem, e poderia atrair até mesmo integrantes do PSD — a legenda recém-lançada pelo prefeito Gilberto Kassab (SP).

Apesar da disposição de manter por ora seus projetos sob sigilo, Aécio acabou por confidenciá-los a interlocutores nas últimas semanas, quando trabalhou para conter a migração de integrantes da oposição ao PSD. Disposto a segurar parlamentares do PSDB e do DEM, Aécio pediu que não tomassem suas decisões "de olho no retrovisor". Seu argumento é o de que a saúde da oposição não deve ser avaliada à luz das eleições do ano passado, quando foi derrotada, mas sob a perspectiva de uma vitória em 2014.

Toda a sua aposta está no desgaste do governo e no esgarçamento de sua relação com a base. "Enquanto isso, a oposição tem que se renovar", disse Aécio, na sexta-feira, em Minas Gerais. Nas conversas, Aécio recomenda serenidade e acena com a promessa de que todos — inclusive o próprio PSD — estarão unidos em 2014. O senador repete que "todo governo, quando se elege, tem uma carência — mas nossa vez vai chegar",

Embora o presidente nacional do PSDB, deputado Sérgio Guerra (PE), e o líder do DEM na Câmara, Antonio Carlos Magalhães Neto (BA), defendam uma fusão antes mesmo da eleição do ano que vem, Aécio e o governador Geraldo Alckmin (PSDB-SP) discordam. Segundo estes dois, não é oportuno abrir mais uma janela de acesso para o governo num momento de fragilidade da oposição.

Ainda não formalizado na Justiça Eleitoral, o PSD já tem sido refúgio de parlamentares interessados em aderir à base aliada ao governo Dilma. Mas, como seu nascimento está cercado de insegurança jurídica, uma fusão do PSDB com o DEM poderia escancarar as portas da oposição para o governo.

Pela lógica de Aécio, esse “ímpeto governista” estará mitigado em 2013, e a perspectiva de uma vitória no ano seguinte atrairá filiados para seu novo partido. Bem menos otimista, ACM Neto tem dito que poderá ser tarde demais para conter a sangria.

Pesquisa

A fusão de dois ou mais partidos é mais vantajosa do que a simples criação de uma nova legenda. Enquanto o PSD surge sem direito a tempo de TV ou a fundo partidário, na fusão é preservada a cota dos partidos que dão origem a essa terceira sigla.

O projeto de Aécio enfrentaria, no entanto, muita resistência. Além da incompatibilidade histórica de PPS e DEM, o tucanato defende a manutenção do nome do PSDB à frente da sigla. A conveniência da troca de um nome nacionalmente consolidado — o do PSDB — seria submetida a pesquisas qualitativas.

Num sentido oposto, o DEM deverá realizar pesquisa para analisar sua nova estratégia de comunicação, e não está descartado o resgate do antigo nome, PFL. Refratário à fusão, o senador José Agripino Maia, presidente nacional do DEM, diz que "o assunto não está em questão neste momento".

Mas parlamentares procurados por Aécio declaram que o projeto faz parte das conversas. "A criação de um novo partido está, sim, em pauta", afirma o deputado Jorginho Melo (PSDB-SC), que se manteve no PSDB também a pedido de Aécio.

Da Redação, com informações da Folha.com