Médicos reivindicam melhores salários e condições de trabalho

Organizada pelo Sindicato dos Médicos do Estado do Ceará (SIMEC) com o apoio do Conselho, a assembleia contou com a participação de vários médicos dos hospitais e postos de saúde municipais e do Programa Saúde da Família (PSF). Também estiveram presentes diretores do SIMEC, o vereador Iraguassu Teixeira e o deputado estadual Heitor Férrer (ambos do PDT).

Durante a assembleia, muitas críticas foram feitas à maneira como a saúde é gerida no município de Fortaleza e à falta de condições de trabalho dos médicos, obrigados a atender até mais de 100 consultas por plantão. O presidente do SIMEC, José Maria Pontes, citou como exemplo a situação presenciada por ele no Frotinha da Parangaba: "Quando eu estava fazendo o relatório sobre as deficiências do hospital com o Ricardo Madeiro [presidente da Comissão de Saúde da OAB], o esgoto estava transbordando na cozinha. Me diga se há condições de um hospital funcionar assim?", indagou ele.

Quanto à questão salarial, ficou decidido que o piso exigido para o início das negociações será o estabelecido pela Federação Nacional dos Médicos, no valor de R$ 9.188,22. O presidente da FENAM/NE, José Tarcísio Dias, citou vários exemplos de lutas semelhantes pelo Nordeste, e destacou: "O Ceará partiu na frente em relação aos outros Estados porque temos um Plano de Cargos, Carreiras e Salários. Assim, o médico poderá ter seu salário aumentado por dois motivos: reajuste e merecimento". Foi também sugerido um aumento de gratificações para 100% do valor do salário-base – o valor atual é 85%.

O presidente do SIMEC, José Maria Pontes, pediu aos médicos que trabalham em hospitais e postos de saúde, que façam um levantamento dos principais problemas enfrentados por eles no seu dia a dia, tanto no que diz respeito à deficiência de estrutura física, quanto a problemas com equipamentos e falta de medicamentos. Desse levantamento, será feito um relatório para ser encaminhado ao Secretário de Administração do Município, Walmick Ribeiro.

Principais propostas apresentadas na Assembleia:

– Melhoria das condições de trabalho
– Fortalecimento do salário-base, adotando o valor sugerido pela FENAM
– Gratificações em 100% do salário-base
– Realização de concursos públicos (PSF e hospitais)
– Levantamento das vagas existentes para médicos, para que elas sejam ocupadas caso estejam ociosas
– Aumento de ambulâncias e garantia de medicação mínima
– Estipulação de prazos para o cumprimento das propostas
– Moção de apoio aos outros profissionais de saúde em greve

Fonte: SIMEC