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Dados do Ipea mostram que pobreza extrema é menor no DF

O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea ) iniciou, nesta sexta-feira (20) uma série de seminários, em diferentes capitais brasileiras, sobre a dimensão da pobreza extrema no país. O primeiro evento, realizado em Brasília, apresentou um estudo inédito com dados do Distrito Federal, considerado uma região privilegiada no universo brasileiro. Na próxima semana, o evento será no Rio Grande do Sul.

O objetivo, segundo o Ipea, é reunir representantes de outros órgãos do governo federal e de institutos de pesquisa estaduais para discutir o tema e obter um perfil local do combate à miséria.

Os estudos consideram que a pobreza é um fenômeno complexo, que envolve outras dimensões além da renda (como o acesso a serviços, o exercício da cidadania etc). Também julga que a renda é o indicador mais importante do bem-estar e está intimamente associada com as outras dimensões do fenômeno.

A comparação entre a média nacional e aquelas apresentadas pelo DF demonstra que a Capital Federal vive uma situação mais favorável. Enquanto no Brasil 14% da população em situação de pobreza extrema é de indivíduos ocupados com remuneração do trabalho inferior a um salário mínimo, no Distrito Federal apenas 4,7% vive nessa situação.

Os índices do DF também são menores com relação ao Brasil no que diz respeito aos beneficiários do Bolsa-Família. No país, 66,7% da população em situação de pobreza extrema reside em domicílios beneficiários do Programa; no DF esse número corresponde a 41,9%.

No acesso aos bens e serviços, também os níveis do DF são mais altos do que a média nacional. 50,2% da população brasileira em situação de pobreza extrema tem acesso a algum tipo de telefone, mas no DF essa população é de 91,5%.

Apenas 50,5% dessa população possui fogão, geladeira, rádio e televisão no domicílio e 2,9% possui computador no domicílio, enquanto no DF esses índices são respectivamente de 79,5% e 18,8%.

Quando são medidos os índices de acesso à educação, mais uma vez o Distrito Federal apresenta números superiores a média do Brasil. No DF, 100% da população em situação de pobreza extrema com idade entre 7 e 14 anos frequenta escola ou creche, sendo 100% no Ensino Fundamental; 66,7% com idade entre 15 e 17 anos frequenta escola, sendo 33,3% no Ensino Médio e 60% com idade entre 18 e 24 anos frequenta escola, sendo 4% no Ensino Superior e 50,0% com idade entre 0 e 6 anos frequenta escola ou creche.

A média nacional para o setor da educação é muito inferior ao da Capital Federal: 96,6% da população em situação de pobreza extrema com idade entre 7 e 14 anos frequenta escola ou creche, sendo 93,7% no Ensino Fundamental; 77,1% com idade entre 15 e 17 anos frequenta escola, sendo 22% no Ensino Médio; 29,1% com idade entre 18 e 24 anos frequenta escola, sendo 1,5% no Ensino Superior e 40,5% com idade entre 0 e 6 anos frequenta escola ou creche.