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Perpétua defende equilíbrio para votar Código Florestal

Em meio aos discursos – contra e a favor da votação do novo Código Florestal – a fala da deputada Perpétua Almeida (PCdoB-AC) mostrou o clima da Câmara dos Deputados na tarde desta terça-feira (24), “em que alguns que defendem a Amazônia como santuário da humanidade e outros que querem devastar nossa Amazônia”. A parlamentar defendeu um entendimento para votar um Código “que garanta a proteção de nossas florestas, mas, ao mesmo tempo, o desenvolvimento do País”, disse a parlamentar.

Ela criticou os ambientalistas da Avenida Paulista e defendeu a proposta do deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP), dizendo que o fazia para defender a maioria dos homens e mulheres que vivem hoje na Amazônia que estão inadimplentes.

“A proposta do Código Florestal mais condenada pelos ‘bacanas’ — que o deputado Aldo Rebelo, por me ouvir, resolveu colocar no seu projeto e na sua proposta de relatório — foi por acatar um pedido meu, que estava nesta Casa, que isenta os pequenos produtores da Amazônia dessas multas absurdas que o Ibama vem aplicando”, afirmou a parlamentar.

Ela lembrou que “os homens estão acabrunhados com o tamanho da dívida que têm nas costas e não conseguem pagar. O pequeno produtor sequer tem condições de pagar um advogado para interpretar a legislação atual depois de tantos decretos que saem da Casa Civil, da Presidência República ou do Ministério do Meio Ambiente, que não sabemos nem quantas legislações são hoje acerca da legislação ambiental”.

Defensora das florestas

Sempre lembrando sua origem de amazônida, que viveu nos seringais, que comeu carne de macaco, que só conheceu energia elétrica aos 14 anos e principalmente como defensora das florestas, a parlamentar defendeu “a necessidade de esta Casa votar o Código Florestal, porque é importante para o desenvolvimento do Brasil, é importante para o crescimento do País”.

Ela lembrou ainda que “somos o único país no mundo onde se discute proteção de floresta, porque nós podemos bater no peito e dizer: sim, nós temos floresta. Os outros é que não têm e ficam tentando colocar moral na casa alheia”, criticando as ONGs ambientalistas estrangeiras.

Perpétua também criticou o tratamento igual que se quer dar ao grande e ao pequeno proprietário de terra. “Como estamos tratando o grande, aquele que consegue se defender, que tem condições de ir ao banco pedir financiamento, de pagar consultorias, de pagar advogados?” indagou, dando ela mesma a resposta: “Estamos tratando-o com a mesma régua e com a mesma medição como tratam aqueles pequenos coitados da Amazônia”.

E justificou o discurso inflamado: “Não podia ficar fora de um debate como esse, um debate que interessa aos pequenos produtores da Amazônia, aos homens e mulheres que estão passando fome na floresta, porque alguns bacanas adoram fazer defesa do meio ambiente a partir do Planalto Central; outros adoram defender o meio ambiente a partir desta tribuna; outros até acham que defender o meio ambiente é fazer manifestações na Avenida Paulista”.

De Brasília
Márcia Xavier