América Latina reforça em Bali defesa do multilateralismo
A América Latina e o Caribe insistiram nesta quarta-feira (25) em Bali, na Indonésia, na necessidade de uma ordem mundial baseada no multilateralismo e o respeito absoluto do princípio de não intervenção e não ingerência nos assuntos internos dos Estados.
Publicado 25/05/2011 20:05
Ao falar em Bali em nome dos países da região no dia de abertura da 16ª Conferência Ministerial do Movimento de Países Não Alinhados (MNOAL), o chanceler equatoriano, Ricardo Patiño, afirmou que, na conjuntura atual, agora é que mais se necessita defender os princípios fundadores do foro do terceiro mundo.
"É quando mais se deve promover uma convivência internacional livre de toda a forma de tutela e independente de antigas formas de colonização que continuam negando a milhões de habitantes no planeta seu direito ao desenvolvimento em condições de paz e segurança", sublinhou o ministro.
Em seu discurso, Patiño considerou que só uma ação em conjunto, decidida e solidária, permitirá ao MNOAL avançar com passos concretos na defesa dos princípios e na concretização dos objetivos que o identificam como movimento.
Entre eles destacou a promoção do desarmamento nuclear total e completo, sem prejuízo da garantia do direito inalienável de todos os países ao uso pacífico da energia nuclear.
O chanceler lembrou que os países da América Latina e do Caribe membros e observadores do MNOAL representam, além de tudo, a primeira zona livre de armas nucleares do mundo, estabelecida há mais de 40 anos pelo tratado de Tlatelolco.
"Somos testemunhas do compromisso e da responsabilidade de nossa região em matéria de desarmamento e não proliferação nuclear", enfatizou.
Em relação a isso, indicou que a promoção de acordos que estabeleçam zonas livres de armas nucleares é um instrumento de importância fundamental no fortalecimento da paz e da segurança internacional e regional, contribuindo para o objetivo final, que é o desarme nuclear total e completo.
Na terça-feira, a reunião de altos funcionários da Conferência Ministerial aprovou um projeto de declaração especial sobre desarmamento nuclear apresentado por Cuba, cujo texto solicita ao foro empreender ações para a total eliminação de arsenais atômicos.
O projeto de declaração reflete no essencial algumas das ideias expressas pelo líder da Revolução Cubana, Fidel Castro, sobre o perigo que representam as armas nucleares para a humanidade.
Em sua intervenção no plenário, Patiño também insistiu no fortalecimento da democracia como valor universal, concebida como a decisão soberana de cada povo para determinar seu próprio sistema político, econômico, social e cultural, sob o entendimento que não existe um modelo único de democracia.
O chefe da diplomacia equatoriana disse que, passados 50 anos dos acordos de Bandung, que foram a gênese do MNOAL, os países latino-americanos e caribenhos vinham para esta conferência para apresentar uma modesta contribuição, com algumas credenciais históricas e outras menos recentes.
Entre elas, mencionou a luta permanente pela independência e autodeterminação dos povos, o desenvolvimento de um reconhecido sistema interamericano de defesa dos direitos humanos, um avanço esforçado no cumprimento dos objetivos de desenvolvimento internacionalmente acordados e uma renovada dinâmica em seus processos de integração sub-regional.
Fonte: Prensa Latina