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América Latina reforça em Bali defesa do multilateralismo

A América Latina e o Caribe insistiram nesta quarta-feira (25) em Bali, na Indonésia, na necessidade de uma ordem mundial baseada no multilateralismo e o respeito absoluto do princípio de não intervenção e não ingerência nos assuntos internos dos Estados.

Ao falar em Bali em nome dos países da região no dia de abertura da 16ª Conferência Ministerial do Movimento de Países Não Alinhados (MNOAL), o chanceler equatoriano, Ricardo Patiño, afirmou que, na conjuntura atual, agora é que mais se necessita defender os princípios fundadores do foro do terceiro mundo.

"É quando mais se deve promover uma convivência internacional livre de toda a forma de tutela e independente de antigas formas de colonização que continuam negando a milhões de habitantes no planeta seu direito ao desenvolvimento em condições de paz e segurança", sublinhou o ministro.

Em seu discurso, Patiño considerou que só uma ação em conjunto, decidida e solidária, permitirá ao MNOAL avançar com passos concretos na defesa dos princípios e na concretização dos objetivos que o identificam como movimento.

Entre eles destacou a promoção do desarmamento nuclear total e completo, sem prejuízo da garantia do direito inalienável de todos os países ao uso pacífico da energia nuclear.

O chanceler lembrou que os países da América Latina e do Caribe membros e observadores do MNOAL representam, além de tudo, a primeira zona livre de armas nucleares do mundo, estabelecida há mais de 40 anos pelo tratado de Tlatelolco.

"Somos testemunhas do compromisso e da responsabilidade de nossa região em matéria de desarmamento e não proliferação nuclear", enfatizou.

Em relação a isso, indicou que a promoção de acordos que estabeleçam zonas livres de armas nucleares é um instrumento de importância fundamental no fortalecimento da paz e da segurança internacional e regional, contribuindo para o objetivo final, que é o desarme nuclear total e completo.

Na terça-feira, a reunião de altos funcionários da Conferência Ministerial aprovou um projeto de declaração especial sobre desarmamento nuclear apresentado por Cuba, cujo texto solicita ao foro empreender ações para a total eliminação de arsenais atômicos.

O projeto de declaração reflete no essencial algumas das ideias expressas pelo líder da Revolução Cubana, Fidel Castro, sobre o perigo que representam as armas nucleares para a humanidade.

Em sua intervenção no plenário, Patiño também insistiu no fortalecimento da democracia como valor universal, concebida como a decisão soberana de cada povo para determinar seu próprio sistema político, econômico, social e cultural, sob o entendimento que não existe um modelo único de democracia.

O chefe da diplomacia equatoriana disse que, passados 50 anos dos acordos de Bandung, que foram a gênese do MNOAL, os países latino-americanos e caribenhos vinham para esta conferência para apresentar uma modesta contribuição, com algumas credenciais históricas e outras menos recentes.

Entre elas, mencionou a luta permanente pela independência e autodeterminação dos povos, o desenvolvimento de um reconhecido sistema interamericano de defesa dos direitos humanos, um avanço esforçado no cumprimento dos objetivos de desenvolvimento internacionalmente acordados e uma renovada dinâmica em seus processos de integração sub-regional.

Fonte: Prensa Latina