Governo georgiano reprime oposição com selvageria
A dura repressão policial a manifestantes na Geórgia terminou novamente em tragédia. Um policial e um ativista da oposição foram mortos. Outras 37 pessoas ficaram feridas, segundo as autoridades georgianas. Também há dezenas de opositores georgianos aprisionados pelas forças de repressão, que atacaram oposicionistas reunidos diante da sede do Parlamento na capital do país, Tblisi.
Publicado 26/05/2011 15:40

Os mortos foram identificados como Nodar Tskhadadze, um ex-policial que se encontrava entre os opositores, e Vladímir Matsurashvili, membro das forças antimotins.
Ambos teriam sido atropelados pela comitiva de veículos da líder Ninó Burdjanadze, do Conselho Popular, que convocou os protestos e deixou apressadamente o local, enquanto a polícia investia contra os manifestantes, de acordo com a mídia local.
A polícia recebeu ordens de intervir depois que os cerca de 3 mil opositores, concentrados na avenida Rustaveli, a principal da cidade, se negaram a dispersar. Os policiais atacaram os manifestantes com cassetetes, balas de borracha, gás lacrimogênio e jatos de água, disparados a partir de blindados e caminhões-tanque.
Pela renúncia de Saakashvili
Dezenas de manifestantes acabaram feridos com a ação da polícia. "Isso é um crime", denunciou Burdzhanadze, dirigente do Conselho Popular (CP), organização oposicionista que convocou os protestos.
"Agora se inicia uma nova etapa em nossa luta. Continuaremos na oposição ao regime georgiano", disse a ex-aliada do presidente Mikhail Saakashvili e ex-presidente do Parlamento.
A oposição georgiana se manifestou na quarta-feira (25) pelo quinto dia consecutivo para pedir a renúncia em caráter irrevogável de Saakashvili, acusado de autoritarismo e que é o principal aliado dos Estados Unidos na região do Cáucaso.
No último sábado (21), a polícia georgiana já havia investido contra vários milhares de opositores que pediam a renúncia do presidente na capital e também na cidade de Batumi, protesto que acabou com a detenção de cerca de 300 manifestantes.
Os partidos opositores acusam Saakashvili de obter a reeleição por meio de fraude e o responsabilizam pela derrota na guerra contra a Rússia na ocasião da tentativa de fortalecer o controle sobre a região independentista da Ossétia do Sul, o que teria impedido o ingresso da Geórgia na Otan.
Por sua vez, o chefe do comitê de Relações Externas do Parlamento da Geórgia, Akaki Minashvili, afirmou que a Rússia está por trás das manifestações oposicionistas.
A Geórgia ainda não se recuperou totalmente desde as concorridas manifestações da oposição em novembro de 2007, combatidas por Saakashvili com a decretação do estado de exceção.
Com agências