Dilma se reúne com PMDB para conter insatisfações da base
Na tentativa de conter insatisfações de sua base no Congresso, a presidente Dilma Rousseff marcou para quarta-feira um almoço com os senadores do PMDB, quando terá um grande desafio: agregar aos interesses do governo o chamado G-8 do PMDB — um grupo de senadores históricos e independentes do partido.
Publicado 27/05/2011 11:22
Esse grupo ameaça assinar o requerimento de criação de uma CPI mista para investigar as suspeitas de tráfico de influência contra o ministro Antonio Palocci. Faltam apenas sete assinaturas para as 27 necessárias para a CPI no Senado.
O vice-presidente Michel Temer entrou em campo nesta quinta-feira. Numa espécie de prévia do almoço de quarta-feira, Temer convidou os integrantes do G-8 para um café no Palácio do Jaburu, residência oficial do vice. Em meio à avalanche de críticas e queixas de parlamentares como Ricardo Ferraço (PMDB-ES) — que pediu audiência a Palocci há dois meses e meio e nunca obteve resposta —, Temer foi cobrado como vice da República e como presidente do PMDB.
Entre os convidados do café estavam os senadores Jarbas Vasconcelos (PE), Pedro Simon (RS), Waldemir Moka (MS), Luiz Henrique (SC), Cassildo Maldaner (SC), Vital do Rêgo (PB), Eunício Oliveira (CE) e Eduardo Braga (AM). No encontro, Temer ressaltou a importância da unidade do partido e se comprometeu a ajudar o grupo a ampliar sua influência no Senado — hoje sob a hegemonia do trio formado por José Sarney (AP), Renan Calheiros (AL) e Romero Jucá (RR).
Com Palocci fragilizado e a falta de autonomia do ministro-chefe da Secretaria de Relações Institucionais, Luiz Sérgio, a presidente terá, na opinião de alguns peemedebistas, de mudar de postura e assumir, sempre que necessário, a interlocução direta com o Congresso.
A entrada do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na articulação política do governo foi comemorada pelo PMDB, que tem, agora, a esperança de que o ex-presidente possa "colocar limites na gula" do PT — motivo de muitas disputas internas entre os dois partidos. E avisam que só trocar o ministro Luiz Sérgio não resolve o problema da articulação, pois, ainda que Palocci se mantenha no cargo, dificilmente terá condições para administrar todas as demandas.
Da Redação, com agências