Jô se solidariza com trabalhadores e apela por negociação

A deputada federal Jô Moraes foi à tribuna da Câmara solidarizar-se com os cerca de 3 mil trabalhadores das indústrias de fogos de artifício do Centro-Oeste mineiro em greve desde dia 16. São das cidades de Santo Antonio do Monte, Lagoa da Prata e Itapecerica, em situação precária tanto de sobrevivência quanto de condições trabalhistas. Eles já aceitaram a proposta do Ministério Público do Trabalho de piso salarial de R$ 590,00, duas cestas básicas anuais de R$ 60,00 e reajuste salarial de 10%.

Ao destacar reivindicações tão elementares, Jô acusou “a intransigência patronal, que tem tornado difícil a negociação” e concluiu: “Eu faço um apelo — uma vez que a economia brasileira possui grande diversidade e, ademais, tramita nesta Casa projeto que visa a regulamentar as indústrias de fogos de artifícios — para que haja sensibilidade aos anseios do Sindifogos e da CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil), a fim de que se encontre a paz nas negociações, porque esses trabalhadores precisam comer”.

Pronunciamento

Aqui, a íntegra do pronunciamento da deputada Jô Moraes:

“Senhor presidente, senhoras e senhores deputados,

Venho nesta tribuna manifestar minha solidariedade e apoio aos trabalhadores das fábricas de fogos de artifício das cidades de Santo Antonio do Monte, Lagoa da Prata e Itapecerica. Municípios-pólo da fabricação desse tipo de artefato no Centro-Oeste de meu Estado, Minas Gerais. Os fogos de artifício, quando devidamente manipulados são responsáveis por momentos de rara beleza e emoção, já que usados nas celebrações, nas datas mais importantes tanto de nossa vida familiar quanto nas comemorações públicas. Natal, virada do ano, aniversários, festa juninas, formaturas…

Esses trabalhadores, cerca de 3 mil hoje na atividade, em sua maioria entregues a situação precária, tanto em direitos trabalhistas quanto de remuneração, deram um exemplo de força e união. Paralisaram as atividades para exigir direitos e melhorias há muito postergados. Mesmo com o risco de desabastecimento para as festas juninas eles não cederam às pressões de toda sorte e tamanho.

Cruzaram os braços, fazem piquetes, e caminham 10 quilômetros diários em passeatas A greve teve início no dia 16. Numa audiência de mediação entre patrões e empregados, o Ministério Público do Trabalho apresentou proposta de reajuste salarial de 10%; duas cestas básicas por ano no valor de R$ 60,00 e piso salarial de R$ 590,00.

A proposta foi aceita pelos trabalhadores, mas recusada pela patronal, o Sindicato das Indústrias de Explosivos (Sindiemg). A intransigência patronal tem tornado difícil a negociação.
Eu faço um apelo — uma vez que a economia brasileira possui grande diversidade e, ademais, tramita nesta Casa projeto que visa a regulamentar as indústrias de fogos de artifícios — para que haja sensibilidade aos anseios do Sindifogos e da CTB (Central dos Trabalhadores do Brasil), a fim de que se encontre a paz nas negociações, porque esses trabalhadores precisam comer”.

De Belo Horizonte,
Graça Borges