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Com alta do PIB, Brasil avança rumo à 5ª economia do mundo

Em 2009, o Banco Interamericano estimou que o Brasil deverá ter o quinto maior Produto Interno Bruto (PIB) do planeta até 2016 — ano da Olimpíada no Rio de Janeiro. “Seremos a quinta economia do mundo na década, ultrapassando alguns europeus”, agregou, no ano seguinte, a então candidata e agora presidente Dilma Rousseff. Também em 2010, o Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) apostou na previsão.

Por André Cintra

É provável, no entanto, que o país não precise esperar até 2016 para ultrapassar Reino Unido e França e alcançar a quinta colocação no ranking das maiores economias mundiais. Conforme dados divulgados nesta sexta-feira (3) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o PIB do Brasil cresceu 4,2% no primeiro trimestre de 2011, na comparação com período semelhante do ano passado.

Com a alta do último período, o PIB nacional chegou a US$ 2,4 trilhões (quase R$ 3,77 trilhões), de acordo com projeção do portal Terra, com base no fechamento do dólar comercial nesta quinta-feira (2). Cruzando-se os novos dados do IBGE com levantamentos do Fundo Monetário Internacional (FMI), pode-se estimar que, no final deste ano, o Brasil e os dois países com economia ligeiramente superior à sua terão PIBs da mesma ordem.

Segundo o FMI, França e Reino Unido, respectivamente a quinta e a sexta maiores economias, também devem terminar 2011 com um PIB de US$ 2,4 trilhões. O que favorece o Brasil é o ritmo e o porte do crescimento. De 2010 para 2011, no primeiro ano do governo Dilma, o país deve registrar uma elevação do PIB da ordem de US$ 400 bilhões. No mesmo período, enquanto o Reino Unido crescerá apenas metade desse valor, a França provavelmente deve enfrentar recessão e ver sua economia recuar na ordem de US$ 100 bilhões.

O FMI também estima que os quatro países mais ricos devem crescer neste ano — os Estados Unidos de US$ 14,6 trilhões para US$ 15,2 trilhões; a China de US$ 6,8 trilhões para US$ 7,5 trilhões; o Japão de US$ 5,4 trilhões para US$ 5,8 trilhões e a Alemanha de US$ 3,3 trilhões para US$ 3,5 trilhões.

O Terra lembra que, com poucas exceções — como o Brasil —, a economia global ainda sofre os impactos da crise iniciada nos Estados Unidos em 2007-08. “Países com a economia parecida com o tamanho da brasileira, como Canadá, Itália e Reino Unido, registraram quedas fortes do PIB nos últimos trimestres”, frisa o portal.

O Brasil, ao contrário, chegou ao oitavo trimestre consecutivo de crescimento, depois de passar por uma breve recessão entre 2008 e 2009. No final de maio, em artigo publicado na revista Perspectivas da Economia Brasileira, o Ministério da Fazenda reduziu a projeção de crescimento do PIB em 2011 (de 5% para 4,5%) e 2012 (de 5,5% para 5%) — o que está nos planos do governo. De acordo com o ministro Guido Mantega, “é um crescimento satisfatório, mostrando que a economia continua tendo vitalidade, porém desacelerando em relação ao ano passado”.