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PCdoB reúne Comitê Central e analisa caso Palocci

O Comitê Central do Partido Comunista do Brasil (PCdoB) realiza neste final de semana (4 e 5) sua 7ª reunião plenária. A instância dirigente dos comunistas brasileiros examina extensa pauta, que começa pela análise da conjuntura política.

Na abertura da reunião, o presidente do PCdoB, Renato Rabelo, disse que o sistema de poder mundial evolui no sentido da rápida ascensão da China, da semiestagnação dos EUA e do fortalecimento e crescimento sistêmico do Brics, agora ampliado com a África do Sul. Isto comprova, em sua opinião, que a assertiva do 12º Congresso do partido, realizado em outubro de 2009, de que o mundo encontra-se em transição “é mais do que verdadeira”.

Para Renato, “diante dessa perda gradativa de seu domínio mundial, os EUA apelam cada vez mais para a força das armas a fim de manter sua hegemonia. Obama tira a máscara e mostra quem é e a que veio”.

O presidente do PCdoB reafirmou a compreensão dos comunistas brasileiros de que “a essência do imperialismo não se esconde e na realidade há uma intensificação dos objetivos de guerra dos EUA”.

Palocci deve explicações

A análise da situação nacional começou pela constatação de que a boa avaliação da presidente Dilma nos 100 primeiros dias de seu governo, é seguida, ao se completarem cinco meses, por uma crise, desencadeada pelas denúncias de enriquecimento ilícito e tráfico de influência do ministro chefe da Casa Civil, a partir das evidências de um meteórico aumento de seu patrimônio pessoal e de sua empresa de consultoria. Renato Rabelo considera que o episódio “ainda carece de explicação”.

Agora, o governo está numa sinuca de bico: defende ou demite Palocci, duas situações desgastantes.

Na opinião do presidente do PCdoB, a crise na Casa Civil, assim como a derrota sofrida pelo governo na votação do Código Florestal, revelam debilidades na coordenação política.

Particularmente em relação à votação do novo Código Florestal, segundo Rabelo, “a coordenação política do governo demonstrou inabilidade, arrogância e incompetência e teve uma atuação desastrada”.

Os comunistas avaliam como positivo que a presidente Dilma esteja procurando retomar a iniciativa política, com a convocação do Conselho Político do governo, integrado por 17 partidos. “Dilma apresentou agendas positivas e realizou encontros com parlamentares da base, lançou o plano Brasil sem Miséria, para retomar a agenda afirmativa e positiva. Este plano é o projeto social mais importante do governo e merece apoio do partido”, asseverou Renato Rabelo, que criticou duramente a oposição: “sem rumo, seus paradigmas perderam toda a legitimidade, dividida quanto à escolha do comando partidário (PSDB) e do futuro candidato presidencial para 2014”.

O presidente do PCdoB ressaltou ainda a profunda crise do DEM, que tem perdido muitos quadros parlamentares para o novo partido em formação, o PSD, do prefeito paulistano Gilberto Kassab.

PCdoB: contribuição positiva

Renato Rabelo considera positivo o balanço da condução política do partido. Empenha-se na luta pelo êxito do governo Dilma, para impulsioná-lo na concretização do Plano Nacional de Desenvolvimento, referência programática importante dos comunistas. “Apresentamos opiniões e propostas de política econômica, pelo equilíbrio entre desenvolvimento e estabilidade, por reformas estruturais democráticas, pela reforma política democrática com o aperfeiçoamento do sistema eleitoral e partidário”, assegurou o presidente da legenda comunista, para quem tem sido grande a contribuição do partido nas esferas governamental, parlamentar e nos movimentos sociais.

Renato Rabelo reafirmou a defesa do novo Código Florestal, elogiando o relatório apresentado pelo deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP), um dos mais destacados dirigentes do partido.

Reforma política

A luta pela reforma política foi um dois pontos mais ressaltados na intervenção de abertura da reunião do Comitê Central. Advertindo para o risco de “grave retrocesso”, se prevalecer a proposta de proibir as coligações nas eleições proporcionais, o presidente do PCdoB evidenciou o caráter da reforma política pretendida pelo partido: uma reforma democrática.

Renato Rabelo aproveitou a oportunidade para informar ao pleno do Comitê Central sobre o consenso inicialmente alcançado pelos quatro partidos de esquerda da base do governo (PT, PSB, PDT e PCdoB), que se reuniram recentemente com Lula: defesa do pluralismo partidário, político e ideológico, do voto proporcional, do financiamento exclusivamente público, da fidelidade partidária, da unificação do calendário eleitoral e da regulamentação de plebiscitos e referendos.

Sobre as coligações proporcionais o PT, embora seja contrário, comprometeu-se a “flexibilizar a posição” e o PSB, depois de reunida sua direção, concordou em apoiar a proposição do PCdoB.

Partido vivo e atuante

O Comitê Central do PCdoB iniciou o debate sobre o projeto eleitoral de 2012. Na opinião de Renato Rabelo, o partido reúne grandes possibilidades de crescimento, inclusive com a eleição de prefeitos em algumas capitais e cidades médias.

“O PCdoB é um partido em crescimento, vivo e atuante”, concluiu.

A primeira sessão de trabalho da 7ª reunião do Comitê Central do PCdoB foi concluída com uma sentida homenagem a Adelino Ramos, o Dinho, militante comunista assassinado em 27 de maio por sicários a serviço de madeireiros e latifundiários.

Da Redação, com informações da Secretaria de Comunicação do Comitê Central do PCdoB