UNE fala sobre situação de Alagoas
A diretora da União Nacional dos Estudantes, Cláudia Petuba, falou sobre as várias manifestações dos estudantes e servidores estaduais que têm ocorrido em Alagoas e sobre a crise pela qual passa o estado na área de segurança, saúde e educação. Ela teceu várias críticas à postura do governo estadual e afirmou que os estudantes estão dispostos a continuar lutando em defesa de Alagoas.
Publicado 04/06/2011 00:14 | Editado 04/03/2020 16:11
Segundo Cláudia, a UNE está passando por um momento muito importante, com a realização de seu 52º Congresso Nacional. “É um momento em que estudantes de todas as Instituições de Ensino Superior debatem as posições que a entidade vai defender no próximo biênio. No congresso, apresentaremos nossas propostas para o Brasil, reforçando a luta pelos anseios da juventude”. O congresso será em julho, mas praticamente todas as faculdades de Alagoas já elegeram seus representantes. “É um momento de intensas mobilizações”, afirma.
Questionada sobre como ela avalia a atual situação de Alagoas, Cláudia elenca varias críticas à forma como o governo estadual tem atuado. “É um governo comprometido com uma pequena parcela da sociedade, especialmente uma minoria ligada à Cooperativa dos Usineiros. Os servidores, trabalhadores, a juventude, ou seja, a grande maioria do povo é esquecida intencionalmente pelo governo. A violência que amarga nosso estado recai principalmente sobre os jovens, e são eles na sua imensa maioria oriundos das parcelas menos favorecidas da sociedade. Entregue às drogas, sem acesso a uma educação de qualidade e sem trabalho, o governo tem deixado a juventude sem perspectiva de futuro”.
“A UNE apóia a luta dos servidores por melhores salários e condições dignas de trabalho. Lutamos também por melhores dias para Alagoas; defendemos uma segurança pública valorizada, com uma polícia cidadã; queremos não só boas estruturas nas escolas, mas também a valorização dos profissionais da educação; a imensa maioria do povo alagoano não tem plano de saúde, são necessários mais investimentos na rede pública de saúde, para que as pessoas não morram nas filas dos hospitais”, dispara. “A UNEAL e a UNCISAL são diariamente atacadas pelo governo, fica muito claro que o governo de Alagoas não quer que o povo tenha um pensamento crítico”.
Sobre as últimas manifestações, Cláudia afirma que “a luta do povo alagoano tem tomado as ruas, a insatisfação com o atual governo tem mobilizado a juventude e os trabalhadores em vitoriosas manifestações pelas ruas de Maceió”. Ela aproveita para repudiar a prisão do capitão Marcelo Ronaldson: “É um absurdo, todo cidadão tem o direito de expressar sua opinião, nós não vivemos mais na ditadura militar. A prisão do capitão é uma forma de repressão aos movimentos sociais e à luta do povo, nós repudiamos essas práticas e exigimos a imediata libertação do capitão!”.
“A luta vai continuar, há muitas mazelas no nosso estado. Enquanto o Brasil cresce, em especial o Nordeste, Alagoas tem ficado para trás. As desigualdades só aumentam neste que já é o estado de pior IDH do país. Os estudantes têm disposição de sobra para continuar lutando sempre em defesa da democracia, de um Brasil soberano e de uma Alagoas em que possamos ter dias melhores”, concluiu.
De Maceió, Lindinaldo Freitas.