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Peru: 4 milhões de indecisos decidirão o próximo presidente

O futuro político do Peru depende de 4 milhões de eleitores indecisos, de um total de 20 milhões que irão hoje (5) às urnas. Às vésperas das votações, os dois candidatos que disputam a Presidência do país apareciam empatados nas principais pesquisas de intenções de voto: o tenente-coronel da reserva Ollanta Humala, de 48 anos, e Keiko Fujimori, de 36 anos, filha do ex-presidente Alberto Fujimori (1990-2000). No Peru, o voto é obrigatório. 

O eleito assume o cargo no lugar do presidente Alan García para o período de 2011 a 2016. A posse está marcada para o dia 26 de julho deste ano. No primeiro turno das eleições, em abril, Humala foi vitorioso. Mas Keiko reverteu o quadro conseguindo sair na frente nas pesquisas de opinião feitas logo após as eleições. No entanto, nos últimos dias foi constatado empate técnico entre os dois candidatos.

Considerado fiel aos princípios nacionalistas e de origem indígena, como 80% da população peruana, Humala quer elevar alguns impostos, principalmente na área de mineração para financiar programas sociais, intensificar os acordos comerciais com parceiros tradicionais e manter a liberdade de imprensa.

Nas três vezes anteriores que concorreu à Presidência da República, Humala indicou admirar os presidentes da Venezuela, Hugo Chávez, e da Bolívia, Evo Morales. A aproximação dele com os dois líderes causou incômodo no eleitorado conservador do Peru. Desta vez, ele evitou mencionar Chávez e Morales.

Com mestrado em negócios nos Estados Unidos, Keiko é apontada como herdeira política da linha conservadora e populista do pai. Fujimori foi condenado por corrupção, enriquecimento ilícito e violação dos direitos humanos e está preso. Durante a campanha eleitoral, a candidata se viu obrigada a afirmar, por várias vezes, que se eleita quem governará não será o pai, mas ela.

Para parte dos indecisos, a eleição de Keiko pode representar o retorno de uma fase de corrupção e desrespeito às instituições políticas, além de situações de violações aos direitos humanos, como houve no governo de Fujimori.

Durante a campanha eleitoral, a candidata se esforçou para desfazer as comparações entre ela e o pai. Segundo ela, sua prioridade será aproximar o governo e a sociedade, além de promover mais investimentos para as pequenas e médias empresas e a implementação de programas sociais.

Fonte: Agência Brasil