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Ban Ki-moon anuncia que deseja segundo mandato à frente da ONU

Em campanha pela reeleição, o secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Ban Ki-moon, de 66 anos, admitiu nesta segunda-feira (6) que quer continuar no cargo. Na tentativa de obter o segundo mandato, ele enviou cartas aos representantes dos países que estão na Assembleia Geral e no Conselho de Segurança da ONU.

Paralelamente, deverá visitar alguns países, como o Brasil, a Argentina e o Uruguai. Nos próximos dias 16 e 17, Ban Ki-moon deve visitar o Brasil. O secretário-geral virá a Brasília, mas também pretende visitar outras cidades.

Na programação estão previstas reuniões com a presidenta Dilma Rousseff e o ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota.

"Foi um enorme privilégio estar na secretaria-geral dessa grande organização. Se for apoiado pelos Estados-Membros, estarei profundamente honrado por servir mais uma vez ", disse ele em entrevista coletiva hoje em Nova York.

"Durante meu mandato, tenho procurado ser um construtor de pontes – entre os Estados-Membros, no âmbito do sistema das Nações Unidas, e entre uma diversidade de parceiros globais. Tentar encontrar um terreno comum é o objetivo central para a obtenção de resultados", acrescentou o secretário-geral.

Sob a liderança de Ban, a ONU fechou os olhos diante das repetidas agressões israelenses contra os palestinos, marcadas pelo bloqueio da Faixa de Gaza, o extermínio de sua população, a continuidade na construção do chamado Muro da Vergonha e das construções nas colônias ilegais israelenses dentro de território palestino.

Permanecem sem castigo os militares que assassinaram 13 ativistas da Flotilha da Liberdade, uma missão humanitária que pretendia levar aos palestinos de Gaza equipamentos e remédios. Ao mesmo tempo, Ban "lamenta" e "condena" a "visão deturpada" de um relatório feito pela própria organização denunciando os crimes de guerra cometidos por Israel contra os palestinos.

Sob a administração Ban, recrudesce a ocupação militar do Afeganistão, com o envio de mais 30 mil soldados ao país pelos Estados Unidos. O Iraque permaneceu sob ocupação americana e a promessa de retirada das tropas do país esboroou-se, com a presença de 50 mil militares americanos.

Além dessas ocupações, o secretário-geral das Nações Unidas chancelou o bombardeio da Líbia pela Otan, sob o pretexto de "proteção de civis", ao mesmo tempo que outros civis no mundo árabe eram assassinados pelas forças de repressão de seus governos ditatoriais, como no Iêmen e no Barein. A repressão aos protestos no Iêmen e no Barein foi apenas "lamentada" e "condenada" pelo secretário-geral das Nações Unidas.

Além disso, as forças reacionárias presentes na ONU também conseguiram empurrar para os fundos das gavetas a reforma do Conselho de Segurança, que permanece idêntico ao criado na fundação da entidade. A reforma é veladamente combatida pelos Estados Unidos e seus aliados, enquanto Ban continua apenas reverberando os ditames do imperialismo, como na pressão que exerce contra o programa nuclear iraniano.

Ban, mais uma vez "lamentando" e "condenando" as supostas violências contra os Direitos Humanos, aceita e aplica sanções contra países como Belarus, Síria e Coreia do Norte, enquanto governos de nações notadamente repressoras desses direitos, como a Arábia Saudita, seguem incólumes e livres de pressão.

Com agências