Entidades se solidarizam com os bombeiros do Rio de Janeiro

A truculência com que o governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, tratou a reivindicação salarial dos bombeiros repercutiu negativamente entre diversas entidades do Estado. Elas condenaram a ação e pediram a libertação dos trabalhadores presos.

Para a CTB do Rio de Janeiro, “não é possível conviver com um piso de R$ 950,00 – o mais baixo de todo o Brasil. Os bombeiros do Rio de Janeiro são uma das corporações mais respeitadas do país e têm prestado relevantes serviços à sociedade, destacando suas ações nas enchentes que assolam nosso Estado, principalmente no recente caso da destruição da Região Serrana. São trabalhadores que nunca se furtaram de enfrentar as condições mais adversas para salvar a população de qualquer desastre.

A CTB-RJ conclama as partes a retomarem o diálogo, com a libertação imediata dos trabalhadores presos, as negociações retomadas, os salários e condições de trabalho garantidos.

A União da Juventude Socialista (UJS) também se manifestou através de uma nota. “A criminalização da luta dos trabalhadores é usual no modo de produção capitalista. O ocorrido comprova a que interesses estruturais serve o Estado. A UJS, organização revolucionária da juventude brasileira, se apresenta ao lado destes trabalhadores na luta pela necessária valorização salarial. Jamais aceitaremos a naturalização da criminalização dos movimentos sociais”, diz um trecho.

Já a OAB-RJ diz que "as reivindicações são justas e legítimas. (…) A intransigência do governador do estado, que há meses se recusa a negociar um reajuste salarial, contribuiu decisivamente para a radicalização do movimento".

Para a União Brasileira de Mulheres do Rio de Janeiro (UBM-RJ), “os bombeiros são militares que têm função de grande relevância em nosso estado, como o salvamento e resgate de vítimas nos casos de incêndios e tragédias como a que aconteceu este ano nas cidades serranas e a população externa a esta corporação simpatia e admiração”.

“Suas reivindicações são justas e destinam-se à garantia de subsistência e não podemos aceitar que sejam taxados simplesmente como ‘vândalos’ e ‘baderneiros’ fato muito comum do Sr. Governador, que há alguns anos atrás ao discutir o aborto afirmou que as ‘mulheres das favelas eram fábrica de marginais’”, destaca a entidade.