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Hezbolá critica Israel e acusa EUA de "confiscar" revoluções

O chefe do Hezbolá, o xeque Hassan Nasrallah, acusou nesta segunda-feira (06) a administração americana de querer “confiscar” a onda de revoluções que estão ocorrendo no mundo árabe e voltou a criticar Israel, que, neste domingo, disparou contra manifestantes pró-Palestina nas Colinas de Golã – território tomado da Síria pelo Estado sionista. Mais de 20 pessoas morreram e 325 ficaram feridas.

 Nasrallah fez estas declarações em um vídeo projetado durante uma conferência sobre o guia da revolução iraniana, o imame Ali Khamenei, no qual comentou os fatos que aconteceram neste domingo, no Líbano, durante manifestação pela Naksa, a derrota árabe para Israel na Guerra dos Seis Dias, em 1967. Na ocasião, Israel ocupou as colinas do Golã da Síria, os territórios palestinos – Cisjordânia, Faixa de Gaza e Jerusalém Oriental – e a península do Sinai do Egito.

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"O que ocorreu ontem durante o aniversário da Naksa nas Colinas de Golã revela que a administração norte-americana aspira a confiscar a revolução árabe", declarou o chefe da milícia xiita Hezbolá.

"O episódio confirma o compromisso absoluto de Washington com Israel", acrescentou em alusão ao fato de os Estados Unidos terem declarado "preocupação" pelos fatos registrados neste domingo em Golã, segundo divulgou nesta segunda-feira a imprensa local. Os EUA chamaram Israel e o Líbano à "contenção" e a "evitar os atos de provocação" porque "Israel, da mesma forma que os Estados soberanos, tem o direito de se defender".

Nasrallah afirmou que as conferências de paz sobre o Oriente Médio realizadas até agora só buscam salvar Israel. "O imame Khamenei acredita que Israel será destruído e isto vai ocorrer em breve", manifestou antes de acrescentar que "a evolução da situação na Palestina confirma a firmeza dos desejos do povo e da nova geração de jovens, que vive na esperança de retornar a sua terra".

Reação síria

Também nesta segunda, o governo da Síria condenou a "flagrante agressão" israelense.  "A Síria denuncia fortemente o flagrante ataque de ontem contra civis desarmados, sírios e palestinos, ao longo da linha de demarcação na Golã ocupada", afirmou a chancelaria em comunicado. "A agressão resultou em um grande número de mortos e feridos, e desmascara a realidade do terrorismo de Estado praticado por Israel."