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União Europeia se reúne para definir ações contra surto de E.coli

O comissário da União Europeia (UE) para a Saúde, John Dalli, afirmou nesta terça-feira (7) que o surto de infecções pela bactéria E.coli está limitado geograficamente ao Norte da Alemanha e não há necessidade de medidas de controle. Dalli também advertiu à Alemanha que a divulgação de informações não confirmadas espalha o temor e causa impacto negativo sobre os produtores agrícolas.

Ministros da Agricultura dos países da União Europeia se reúnem nesta terça extraordinariamente em meio aos esforços da Alemanha para identificar a fonte de um surto de infecções pela bactéria. Testes preliminares realizados em brotos de feijão de uma fazenda alemã suspeita de ser a origem do surto não identificaram a presença do E.coli.

Contaminações

Mais de 2,2 mil pessoas em 12 países já apresentaram sintomas de infecções intestinais provocadas pela bactéria. Os casos registrados fora da Alemanha são de pessoas que moram ou que viajaram ao país. Das 22 mortes registradas, apenas uma ocorreu fora da Alemanha, na Suécia. A maioria das vítimas se recupera após alguns dias de tratamento. Em alguns casos os pacientes desenvolveram uma síndrome que ataca os sistemas renal e nervoso.

Origem do surto

Durante a reunião desta terça em Luxemburgo, os ministros europeus vão tentar descobrir o quão perto os especialistas estão de descobrir a origem do surto, em meio às crescentes críticas sobre as investigações. Na reunião, as autoridades vão analisar a possibilidade de indenização aos produtores rurais prejudicados pela crise. Os ministros europeus também devem analisar a proibição da Rússia à importação de hortaliças europeias, estabelecida em resposta ao surto de infecções pela E.coli.

Foco da contaminação

As autoridades alemãs inicialmente responsabilizaram pepinos importados da Espanha como foco da infecção, mas depois afirmaram que testes haviam descartado a possibilidade. No último fim de semana, uma fazenda orgânica produtora de brotos de feijão para saladas perto de Hamburgo foi identificada como possível origem do foco, mas testes preliminares não comprovaram até agora a presença da bactéria no local.

“Eu enfatizo que o foco está limitado geograficamente à área no entorno da cidade de Hamburgo, então não há razão para uma ação no nível europeu. Medidas [tomadas pela UE como um todo] contra qualquer produto são desproporcionais”, disse Dalli. “Estamos em contato constante com outros países, incluindo a Rússia. Estamos pedindo à Rússia que suspenda a proibição, que é desproporcional.”

A Espanha diz que vai exigir da Alemanha uma compensação por 100% das perdas verificadas pelos seus produtores após a acusação falsa contra os pepinos exportados pelo país. A associação espanhola de exportadores de frutas e hortaliças estima as perdas em 225 milhões de euros (cerca de R$ 520 milhões) por semana.

Ajuda financeira

A Comissão Europeia propôs nesta terça-feira uma indenização de 150 milhões de euros (cerca de R$ 350 milhões) para os produtores de frutas e hortaliças da União Europeia que viram suas vendas cair desde o surto de bactéria E.coli no continente.

O comissário da UE para Agricultura, Dacian Ciolos, disse aos ministros europeus da área que estuda se o bloco pode arcar com até 30% dos prejuízos com os vegetais que não puderam ser vendidos diante das medidas preventivas adotadas pelo surto de bactéria.

Um acordo final sobre a ajuda deve sair ainda nesta terça-feira, no final da reunião dos ministros em Luxemburgo. Mas a cifra final da ajuda, segundo Ciolos, depende da avaliação de prejuízo que cada país realizará.

O valor da indenização deve decepcionar a Espanha, que deve exigir da Alemanha uma compensação por 100% das perdas verificadas pelos seus produtores após a acusação falsa contra os pepinos exportados pelo país. A Associação de Exportadores de Frutas e Hortaliças espanhola estima em 220 milhões de euros as perdas por semana, desde a chamada crise do pepino.

Informações das agências