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Movimentos protestarão contra visita de Barack Obama a Porto Rico

Movimentos e organizações sociais de Porto Rico prometem realizar uma série de protestos durante a rápida visita que o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, fará ao país, no próximo dia 14 de junho, no marco de uma reunião do Comitê Interagencial da Casa Branca.

A principal reivindicação das entidades porto-riquenhas é a liberdade de Oscar López Rivera, o preso político mais antigo do hemisfério, que está detido há 30 anos nos Estados Unidos.

"Entre as muitas dívidas que os Estados Unidos têm com o povo porto-riquenho se encontra a libertação de nossos prisioneiros políticos, particularmente a de Oscar, que já leva três décadas em prisões do império. Já é hora de Oscar regressar a sua casa, a sua família, a seu povo que o admira e respeita”, comenta o Comitê Amigos Porto Rico.

Rivera foi veterano da Guerra do Vietnã e se integrou nas lutas pela defesa e afirmação dos direitos dos porto-riquenhos. Ele e muitos de seus companheiros de luta foram capturados no início da década de 80. Como prisioneiros de guerra, estes ativistas queriam ser julgados por um tribunal internacional ou por um tribunal de um terceiro país, que estivesse fora do conflito entre Porto Rico e Estados Unidos. Mas, a nação norte-americana acusou estes prisioneiros de conspirarem contra seu governo. O resultado foram as sentenças que giram em torno dos 70 anos de prisão.

O Comitê Amigos Porto Rico criticou os Estados Unidos dizendo que este país não pode pedir respeito aos direitos humanos quando mantém em seu próprio território prisioneiros políticos que lutaram contra o colonialismo. "A perseguição por parte do governo dos Estados Unidos contra aqueles que lutam pela independência de Porto Rico foi uma constante em nosso país ao longo dos passados 113 anos de colonialismo impostos como resultado da Invasão de 1898”, explicou o Comitê.

A entidade também lembrou que a Convenção de Genebra, de 1949, reconhece proteção aos prisioneiros de guerra e a pessoas capturadas em conflitos ou lutas contra a ocupação colonial. Protocolos internacionais indicam que um prisioneiro de guerra não pode ser julgado como um criminoso comum.

Com gritos de ‘Obama, go home', ou ‘volte para casa', a Frente Socialista de Porto Rico também se manifestará contra a visita presidencial de Obama, pedindo independência e também a liberdade para os presos políticos. Para isso, a organização reunirá diversas entidades para realizar uma marcha no dia 14, que sairá da praça Colón, em Viejo San Juan, na capital de Porto Rico. O porta-voz da Frente, Guillermo de La Paz, ressaltou a necessidade de demonstrar em público o rechaço da população com a visita do presidente estadunidense. Ele disse que ‘Obama não é mais que o representante da ditadura neoliberal'.

Outros movimentos também lembram que Barack Obama havia prometido fechar a prisão de Guantánamo e retirar as tropas estadunidenses do Afeganistão e do Iraque, mas que não cumpriu o prometido. Eles acreditam que o objetivo da visita de Obama a Porto Rico faz parte de sua futura campanha presidencial. As entidades ressaltam que o repúdio à visita do presidente estadunidense não é pessoal, tendo a ver apenas com o que ele representa.

O Comitê de Organização Pro-Ambiente Limpo (Copal) também convocou um protesto para terça-feira (14), pedindo que a população esteja presente nos locais onde Obama estará, "para expressar a ele e sua comitiva os abusos de poder desta administração com relação ao ambiente”. Por outro lado, organizações pró-estadistas anunciaram que realizarão uma atividade de boas-vindas ao presidente Barack Obama.

Fonte: Adital