Bombardeios e combates terrestres se intensificam na Líbia

Depois de incursões letais na noite da terça-feira,os aviões e helicópteros da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) atacaram na madrugada desta quarta-feira (15) zonas densamente povoadas de Trípoli, causando um número indefinido de vítimas, segundo a televisão estatal.

As agressões tiveram como alvo instalações civis e militares em Firnag, uma das áreas mais habitadas da capital, e Ain Zara, que foram sobrevoadas por caças e de onde emanavam altas colunas de fumaça.

A Otan tinha reduzido seus bombardeios em Trípoli na primeira metade de terça-feira, aparentemente para concentrar-se no apoio aos grupos armados da oposição e sua ofensiva em três frentes, duas delas em localidades ao sudoeste e leste da capital, como Kikla, Zlitan, Misrata e Zintan.

Além de incursões nessas posições, os aviões atacaram novamente o complexo de Bab Al-Aziziyah, no centro da capital, onde Kadafi tem residências e escritórios, e que sofreu danos pelas explosões que atingiram um hotel em que se hospedam jornalistas.

Fontes da oposição e do comando central da aliança atlântica afirmaram que os ataques aéreos obrigaram as tropas leais a Kadafi a retroceder no enclave petrolífero de Brega, no oriente, embora as informações sejam contraditórias.

Porta-vozes do oposicionista Conselho Nacional de Transição, com sede em Bengazi, afirmaram ter feito significativos avanços ali, mas o governo assegurou que a estratégica cidade segue sob seu controle.

Ainda segundo a oposição, a aviação da Otan permitiu alterar o estancamento militar que durante semanas se viveu em Kikla, e presumivelmente ajudou a capturar novas posições nos arredores do povoado costeiro de Zlitan.

Nessa localidade, situada entre Trípoli e Misrata, o principal bastião da oposição armada no ocidente da Líbia, helicópteros da Otan lançaram panfletos de advertência aos sublevados para que se abstivessem de entrar e golpear as tropas governamentais.

Igualmente, os aviões de combate dispararam mísseis contra um suposto depósito de munições em Waddan, um pequeno enclave próximo a Al-Jufrah, que também foi bombardeada pelo segundo dia consecutivo, de acordo com informes da televisão estatal.

Repórteres que se deslocaram a Zintan, na região das Montanhas Ocidentais limítrofe com a Tunísia, descreveram um ambiente de tensão porque o Exército líbio supostamente disparou foguetes contra o país vizinho e a aviação tunisina ativou a patrulha na fronteira.

Esses repórteres acrescentaram que os grupos armados da oposição sofreram duas baixas mortais durante a tomada da aldeia de Ryayna, uns 15 quilômetros a oriente de Zintan, forçando a retirada das tropas regulares e capturando 15 prisioneiros.

Fonte: Prensa Latina