Cinco Cubanos agiram contra terrorismo patrocinado pelos EUA
O presidente do Movimento Cubano Pela Paz e Soberania dos Povos, José Ramón Rodríguez, explicou nesta sexta-feira (17) em entrevista ao Portal Vermelho como se originou a injusta prisão dos cinco cubanos nos Estados Unidos, vítimas de parcialidade em um processo cujo tribunal foi amplamente direcionado e pressionado pela reação e o governo americano.
Publicado 17/06/2011 21:01
Rodríguez afirma que tudo começou no fim da década de 1980, início dos anos 1990, quando começaram a acontecer vários ataques terroristas em Cuba, que faziam parte da política agressiva dos EUA contra a ilha.
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Isso aconteceu por todo o pais, mas aconteceu com mais gravidade em vários pontos de Havana, inclusive em hotéis. Em um deles foi morto um turista italiano, Fabio Di Celmo, relata o presidente do Movpaz.
O turista estava em um bar do hotel em que estava hospedado quando uma bomba colocada em um cinzeiro explodiu e um estilhaço atingiu a veia jugular de Di Celmo, que sangrou até a morte, apesar de todas as tentativas de salvamento feitas pelas equipes médicas que o atenderam.
Várias organizações da máfia cubana nos EUA estavam envolvidas nesses atentados. "E isso foi dirigido por um personagem muito sinistro, que se chama Luís Posada Carriles, que é considerado o maior terrorista da América Latina, lamentavelmente um cubano, que fez parte da ditadura Batista e que partiu para os Estados Unidos nos primeiro momentos da Revolução", conta.
Carriles é responsável também por um atentado que destruiu um avião da empresa de aviação civil de Cuba, a Cubana de Aviación, em 1976, nas costas de Barbados, causando a morte de 76 pessoas. Foi preso na Venezuela mas conseguiu escapar e hoje vive em liberdade nos EUA.
Para evitar que essas ações tivessem continuidade, Rodríguez conta que foram enviadas pessoas aos Estados Unidos, para que vigiassem a máfia cubana. Esse grupo acabou encontrando provas de que novos atentados seriam cometidos e, diante da inação das autoridades americanas, o governo cubano decidiu repassar essas provas governo federal dos EUA, por meio de contatos com o FBI.
"Foram apresentadas provas de quem eram os terroristas, que crimes haviam cometido, quais eram suas atividades dentro dos territórios americano e cubano, como agiam, etc", afirma.
No entanto, os Estados Unidos preferiram prender quem apresentou as provas ao invés de aprisionar os criminosos. Assim, detiveram 12 cubanos no primeiro momento, depois chegaram à conclusão que somente cinco deles teriam de fato reponsabilidade na vigilância dos anti-revolucionários, diz Rodríguez.
Esses cinco são Fernando González Llort, Antonio Guerrero Rodríguez, Gerardo Hernández Nordelo, Ramón Labañino Salazar e René González Sehwerert. Eles foram detidos, de forma incomunicável, durante três anos, de 12 de setembro de 1998 até maio de 2001, quando os levaram ao tribunal.
"As condenações foram excessivas. Está demonstrado hoje em dia que os jornalistas que escreveram contra eles foram pagos pelos EUA para incriminá-los. Foi provado também que o jurado foi ameaçado, pressionado, mas juridicamente não fizeram nada", conta Rodríguez.
"A única coisa que fizeram foi revisar a condenação de três deles, de Ramón Labañino, de Antonio Guerrero e de René González e chegaram à conclusão de que dois deles teriam penas de 20 a 30 anos em lugar de prisão perpétua e um outro não teve s situação modificada. O caso mais complicado é o de Gerardo Hernández, condenado a duas penas e mais 15 anos de cadeia. O acusam de algo que não tem nada a ver com ele, que é a derrubada de um pequeno avião na costa de Cuba, em fevereiro de 1996".
"A aeronave foi derrubada por um avião de combate cubano depois de dezenas de advertências do nosso controle aéreo ao avião e ao controle americano. O pequeno avião levava quatro pessoas que tentavam espalhar panfletos sobre Havana, sobrevoando águas territorias cubanas sem autorização do controle aéreo de Cuba. Gerardo não tem nada a ver com o caso", destaca Rodríguez.
Foi pedida uma revisão do caso de Gerardo, mas não há resposta alguma, até agora, assim como no caso de Antonio Guerrero, que foi pedido um Habeas Corpus. A única saída que se vê é que o presidente do país indulte os cinco. "Eles não cometeram nenhum crime contra os Estados Unidos, não espionaram o país", agrega.
No entanto, o terrorista Luís Posada Carriles continua andando livre pelas ruas das cidades americanas e outro terrorista confesso, Orlando Bosch, acaba de falecer, levando consigo muitos segredos dos terroristas anti-cubanos, lamenta.
"Realmente, é uma vergonha que o governo que se chama defensor dos direitos humanos aja com essa política de um peso, duas medidas, e a aprecisação que nós temos é de que o governo americano é cada vez mais desacreditado", diz. "Este governo de Obama, do qual se esperava muito, não tem diferença de nenhum governo anterior em relação às políticas sujas que conduz contra Cuba", finaliza.