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Comércio com a China pode crescer até 50% este ano

O comércio entre o Brasil e a China deverá apresentar um crescimento de 30% a 40% este ano, podendo chegar a 50%. A estimativa é do presidente da Câmara Brasil-China de Desenvolvimento Econômico, Tang Wei, que participou nesta sexta (17) de encontro com empresários brasileiros no Rio de Janeiro.

“De 1990 a 2000, o comércio bilateral médio estava em US$ 1,5 bilhão por ano. De 2002 para cá, vem aumentando muito. Em 2009, foram US$ 40 bilhões. No ano passado, atingimos US$ 62 bilhões. Este ano, devemos ter um crescimento mínimo de 30% a 40%, esse é o ritmo dos últimos anos. Não será surpresa se esse aumento chegar a 50%, como em 2010”, afirmou Wei, citando números do governo chinês.

Segundo dados oficiais do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior do Brasil, a corrente de comércio Brasil-China fechou 2010 em US$ 56,3 bilhões, um crescimento de US$ 20 bilhões sobre o resultado alcançado em 2009.

No ano passado, o Brasil foi superavitário em US$ 5,1 bilhões. Cerca de 68% das exportações brasileiras estão concentradas em minério de ferro e soja. Já os chineses exportam para o Brasil principalmente produtos de alta tecnologia, sendo 30% eletroeletrônicos, especialmente componentes de informática e telefonia.

Wei considerou como “estratégica” a relação entre os dois países, que deve ser avaliada, propôs, em uma perspectiva histórica e geopolítica. Disse ainda que disputas comerciais pontuais e eventuais desentendimentos são comuns em uma parceria intensa. “Isto reflete o aumento do volume de comércio entre os dois países. Quanto mais negócios se faz, mais problemas surgem, o que em nada impede o alto ritmo do crescimento comercial.”

Além dos setores brasileiros que tradicionalmente recebem atenção chinesa, como minério de ferro e produtos agrícolas, Wei disse que há tendência de forte expansão de investimentos nas áreas de energia, incluindo fontes alternativas, e de máquinas e equipamentos para a indústria.

O presidente da câmara de comércio afirmou que a relação entre os dois países está chegando a uma nova fase, com a instalação de grandes empresas chinesas no Brasil, inclusive as de alta tecnologia e do setor automotivo. Afirmou que falta igual determinação dos empresários brasileiros para se instalarem na China.

Para Wei, nem mesmo as alegadas questões de excesso de burocracia do governo chinês justificam a tímida presença brasileira.

Wei incentiva: “Queremos ver a expansão de empresas brasileiras na China. Atualmente operam no país 700 mil corporações estrangeiras e um número muito reduzido de brasileiras. Não se pode culpar a burocracia, pois todas as empresas convivem e aprendem a lidar com isso. A presença do país na China não é compatível com o papel que o Brasil quer desempenhar no mundo.”

Fonte: Agência Brasil