Sem categoria

Forças progressistas devem assumir renovação do Estado brasileiro

Na primeira rodada de debates no seminário nacional Governar para um Novo Projeto Nacional de Desenvolvimento, foram discutidos aspectos teóricos do conceito marxista de Estado e apresentadas as novas forças progressistas que, segundo os integrantes da mesa, tem capacidade de fortalecer e renovar do Estado nacional, de forma a torná-lo capaz de impulsionar o novo projeto,

Forças progressistas devem assumir renovação do Estado brasileiro - Leonardo Prado

O professor de Relações Internacionais e ex-presidente da Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP), Luis Fernandes, destacou a legitimidade do PCdoB no sentido de promover as transformações necessárias para o desenvolvimento social do país.

O advogado e professor de Direito, ex-deputado Flávio Dino, enfatizou que “o nosso projeto nacional é de desenvolvimento, não é de modernização, tem conteúdo de classe, é democrático, portanto só se desenvolve com a maior participação do povo no poder”, lembrando que essa é uma batalha permeada por encruzilhadas e nós estamos em uma dela.

Segundo ele, o cenário está em aberto para saber qual o rumo que vamos tomar. E disse que o programa do PCdoB se dedica a isso: é anti-imperialista, antilatinfundiária e antioligarquias financeiras. O PCdoB está atuando nessa encruzilhada defendendo uma reforma política ampla e o pluripartidarismo político, criticando a proposta do fim das coligações, que vai na posição diametralmente oposta a do Partido.

Ele disse ainda que o seminário vai ajudar a discutir esse novo momento, levando em conta que o Plano Nacional de Desenvolvimento (PND) é democrático, popular e defende a soberania dos mais pobres, citando como tarefas práticas a luta pela reforma dos meios de comunicação de massa, com democratização das mídias; reforma da educação, com aumento dos recursos aplicados no setor; reforma tributária, que tribute as grandes fortunas e obedeça a capacidade contributiva do cidadão; fortalecer o Sistema Único de Saúde (SUS) e alterar a segurança pública, que é seletiva, prende pobres e pretos tão somente.

Legitimidade da esquerda

Para Luis Fernandes, a esquerda preservou a legitimidade, o que permite a participação dos comunistas em todos os níveis governamentais. E lembrou que essa legitimidade foi alcançada por ter sido o principal polo de resistência democrática à ditadura no país e, quando houve a transição democrática, a Esquerda se colocou de forma crítica à política liberal, que promoveu um desmonte do Estado.

“Nossa participação no Governo não nega nossa teoria. Pelo contrário, a teoria pode iluminar nossa participação do Governo, desde que tenhamos consciência de que estamos envolvidos num processo de acumulação estratégica de forças. Essa é uma orientação de como deve ser nossa atuação”, destacou ele, acrescentando que o Novo Projeto Nacional de Desenvolvimento é o caminho que o Partido deve trilhar para alcançar um objetivo maior.

“A grande questão para nos, é contribuir para estruturação de projeto nacional de desenvolvimento de conteúdo antiimperialista, porque essa natureza da batalha na qual estamos envolvidos, de forma a acumular forças estratégicas para transição mais ampla, que implica rupturas mais amplas, no próprio estado nacional, em direção ao socialismo”, completou.

De Brasília
Márcia Xavier