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 Ministério do Esporte alia política e técnica em sua gestão

Anunciado pelo vereador de São Paulo, Netinho de Paula, como o “Pai da Copa”, o ministro do Esporte, Orlando Silva, falou no seminário nacional "Governar para um Novo Projeto Nacional de Desenvolvimento", neste sábado (18), em Brasília. O evento, promovido pela Fundação Maurício Grabois, reúne gestores, parlamentares e intelectuais do PCdoB na discussão sobre a experiência dos comunistas nos espaços de poder.

Ministério do Esporte alia política e técnica em sua gestão - Leonardo Brito

Na palestra intitulada "Políticas Públicas para o esporte e grandes eventos no Brasil", o ministro concentrou sua fala nos aspectos políticos na elaboração das políticas públicas, enquanto o secretário-executivo do Ministério do Esporte, Waldemar de Sousa, detalhou todos os programas e ações do Ministério.

Orlando Silva parabenizou o Partido por colocar como moldura no debate sobre a participação dos comunistas nos espaços de poder o projeto nacional de desenvolvimento. E reforçou a ideia, já defendida pelos demais oradores do evento, de que é fundamental o PCdoB agir de maneira que ajude nessa estratégia.

O ministro destacou que no Ministério, os comunistas fazem isso: “agimos de maneira republicana, mas o foco é no povo trabalhador. Esse é um traço da nossa administração à frente dos governos”, destacou.

Outro aspecto do trabalho do Ministério é o esforço de dar permanência a essas políticas públicas, como os programas sociais como Bolsa Atleta e Segundo tempo, transformandos em lei para garantir isso.

O ministro destacou ainda como outra marca do trabalho “o diálogo com diversos setores da sociedade e manter parceiros políticos, sem preconceito, mas com convicção, compreendo o papel de cada um, buscando extrair aprendizado”. E citou como exemplo dessa prática a realização das três conferências nacionais do Esporte, quando o Ministério reuniu em uma mesma mesa de debate e negociação os dirigentes esportivos, os atletas e os especialistas das universidades. Segundo ele, as conferências exercem também o papel de controle social.

Para Orlando Silva, ao contrário do que se pensava antigamente, quando importante era o movimento e não o objetivo. Ele destacou que “não é a luta pela luta, mas sim garantir alcançar o nosso objetivo. Participar da administração representa servir de referência para construção de uma corrente política, para demonstração de que somos capazes de ajudar o povo brasileiro para alcançar os seus objetivos”.

E disse ainda que “no viver a experiência de governo, temos que reconhecer as características próprias da gestão. A política ilumina o caminho, mas não resolve todos os problemas de eficiência e eficácia, deve ser marca dos comunistas: zelar pela boa aplicação dos serviços públicos e cumprir efetivamente os programas com máxima utilização do potencial que o Estado permite”.

Segundo ele ainda, “ao longo do tempo, (isso) vai permitir (o Partido) ganhar mais confiança de setores mais amplos da sociedade brasileira, que vai garantir ampliar essa participação, que é nossa meta”.

Ajuda modesta

Waldemar de Sousa falou detalhadamente sobre as ações do Ministério, destacando “a preocupação de lutar por uma nova correlação de forças no país por uma mudança de fundo, de estratégico”. Disse ainda que “de forma modesta, temos a convicção de que as ações na área do esporte podem dar contribuição nessa perspectiva”.

A fala dele se concentrou nas experiências exitosas do Ministério e afastou as torcidas contrárias ao sucesso da realização dos dois grandes eventos esportivos: Copa do Mundo de 2014 e Olimpíadas e Paraolimpíadas de 2011.

Os programas do Ministério do Esporte, que vão desde o Segundo Tempo até o Pintando a Liberdade, contribuem para o desenvolvimento social e econômico do país, além da construção da identidade.

Falou também sobre os preparativos de atletas para as duas grandes competições esportivas, destacando o Plano Nacional de Alto Rendimento 2011-2014 e o Bolsa Atleta. Também falou sobre as construções de infraestrutura para os dois eventos.

Sucesso garantido

Apesar das dificuldades, Waldemar garantiu que, ao contrário do que anuncia a grande mídia e a oposição, a Copa do Mundo vai ser um sucesso no Brasil em 2014. E explicou que para isso existe um planejamento, que inclui elaboração de projetos que devem seguir todo o protocolo da Fifa.

Desde o final de 2009, os vários ministérios já organizaram projetos para as 12 arenas e já têm onze em obras. Com relação aos aeroportos, já em 2012 estarão mais organizados, com as novas medidas de organização e de gestão do setor. Há também oito projetos de portos relacionados à Copa do Mundo. Nesse primeiro ciclo, já foram combinados 50 projetos de mobilidade urbana, sendo que 50% tratam de transporte coletivo.

Waldemar anunciou que em seguida os preparativos para as olimpíadas já entram na fase de execução. E destacou os legados sociais dos dois eventos e os impactos econômicos. Só a Copa do Mundo deve gerar cerca de R$ 47 bilhões de investimento direto em várias áreas.

Novos filiados

Netinho de Paula, que coordenou o debate, falou rapidamente na abertura do debate, destacando a importância do Partido conquistar novos membros. Ele, que se disse oriundo dessa classe C, que lidera o movimento de ascensão social; população que foi beneficiada pela forma de trabalhar do ex-presidente Lula e do PCdoB, “estão ansiosos para serem tocados na parte política”.

Baseado em sua experiência pessoal, Netinho diz que “eles não vão se sensibilizar se a gente for falar com eles sobre Marx e Lênin. Eles precisam se aproximar e depois a gente passa a nossa formação intelectual”, destacando que o PCdoB é o único partido hoje no Brasil capaz de falar de igual para igual com essa classe, porque é feito por trabalhadores, professores, intelectuais.

De Brasília
Márcia Xavier