Sauditas descartam regresso de Salé ao Iêmen
O presidente do Iêmen, Alí Abdulá Salé, não regressará a seu país, afirmou nesta sexta-feira (17) uma fonte saudita não identificada, reforçando a tese de uma conspiração nesse sentido entre as nações árabes do Golfo Pérsico.
Publicado 17/06/2011 18:29
A notícia, que não surpreendeu os observadores diplomáticos na região, gerou reações diversas em Sanaa, onde milhares de iemenitas se mobilizaram a favor e também contra o ditador, ue convalesce na Arábia Saudita de ferimentos provocados por um atentado desde o dia 4 de junho.
Um funcionário do governo saudita desmentiu as declarações do vice-presidente e mandatário em funções do Iêmen, Abdrabuh Mansur Hadi, que tem recusado as demandas da oposição opositoras de entrar em um acordo pela transição, alegando que o governante regressaria "muito em breve".
Salé foi levado ao reino wahabita depois de sofrer ferimentos e queimaduras em um atentado contra a mesquita do palácio presidencial no dia 3 de junho, enquanto assistia às preces muçulmanas junto a outros servidores públicos de seu gabinete, que também foram feridos.
"Não foi decidido onde permanecerá (o presidente)", informou um importante funcionário governamental saudita, sem especificar se se tratava de uma decisão voluntária ou forçada do ditador.
Enquanto as marchas opositoras generalizaram-se hoje em Sanaa e na cidade de Taiz, no sul, os adversários de Salé insistiram em que se constitua um conselho de transição que o exclua e permita aplacar a violência e instabilidade que afeta este país desde 27 de janeiro.
Hadi reiterou que "trabalharemos com todas as forças para formar um conselho" provisório de governo que colocaria o Iêmen sob uma nova liderança em um prazo máximo de nove meses.
Analistas estimam que a decisão sobre o chefe de Estado iemenita não regressar a seu país está relacionada a possíveis pressões das nações do Conselho de Cooperação do Golfo (CCG), depois de ver recusado um plano concebido junto aos Estados Unidos e à União Europeia.
Salé rejeitou em três ocasiões assinar um acordo do CCG que fixava sua renúncia e transferência de poderes a seu vice-presidente no prazo de 30 dias, para que este criasse um gabinete de unidade encabeçado pela oposição e convocasse eleições gerais dois meses depois.
Com informações da Prensa Latina