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França admite ter lançado 40 toneladas de armas na Líbia

O governo da França confirmou nesta quarta-feira (29) que lançou de aviões cerca de 40 toneladas de armas para os rebeldes que lutam contra o regime de Muamar Kadafi na Líbia.

Segundo o Ministério da Defesa francês, os aviões lançaram no começo de junho, com paraquedas, armamentos leves e munição nas montanhas Nafusa, a sudoeste da capital líbia, Trípoli. Também teriam sido enviados aos rebeldes alguns tanques leves por via terrestre, através da fronteira líbia com a Tunísia.

Um porta-voz militar francês, coronel Thierry Burkhard, afirmou que no início eram lançados apenas suprimentos médicos, alimentos e água. Porém, com a piora da situação dos civis em meio ao conflito, foi tomada a decisão de lançar também as armas.

O jornal francês Le Figaro relata que entre os armamentos lançados estão lança-foguetes e mísseis antitanques. O jornal ainda revela que o governo francês não comunicou aos seus aliados na Otan, que também fazem ataques na Líbia, sobre a medida.

O Le Figaro também informou ter tido acesso a mapas secretos do departamento de defesa mostrando pistas de pouso em cidades tomadas por rebeldes, construídas para receber pousos de pequenas aeronaves vindas do Golfo, levando armas para perto da frente de batalha.

Ajudinha

Forças pró-Kadafi e rebeldes vêm se enfrentando na Líbia desde fevereiro, e o envio de armas seria uma tentativa de dar impulso às forças contrárias ao líder líbio, que vêm avançando rumo a Trípoli.

A decisão de lançar os armamentos para os rebeldes líbios teria sido tomada unilateralmente pelo governo francês depois de uma reunião em abril entre o presidente francês, Nicolas Sarkozy, e um dos líderes dos rebeldes, general Abdelfatah Younis.

Alguns analistas afirmam que a medida pode significar um desrespeito ao embargo do Conselho de Segurança da ONU a todo tipo de fornecimento de armas à Líbia.

O correspondente da BBC em Paris Christian Fraser avalia que a medida deve gerar ainda mais insatisfação em países como a Rússia e China, que acreditam que a Otan e seus aliados já ultrapassaram o alcance da resolução 1973 da ONU, que autorizou a ação militar internacional na Líbia.

Os Estados Unidos alegam que a resolução 1973 permite que os países forneçam armas para os rebeldes líbios, apesar da resolução aterior, a 1970, que impunha um embargo de armas a todo o país do norte da África.

As forças rebeldes que atuam na área onde os armamentos foram lançados fizeram avanços significativos recentemente e estão se aproximando cada vez mais de Trípoli.

Fonte: BBC Brasil