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Rebeldes avançam na Líbia; governo desmente renúncia de Kadafi

Os rebeldes amotinados na Líbia afirmaram nesta quarta-feira (6)alguns avanços na zona ocidental do país, nas cercanias de Misrata, mas reconheceram que há uma forte resistência do Exército do país, cujo governo desmentiu os boatos de que Muamar Kadafi estaria negociando sua renúncia.

Porta-vozes dos insurgentes asseguraram que se posicionaram a cerca de 20 quilômetros a oeste de Misrata, a terceira cidade líbia, localizada na zona ocidental, mas mais a oeste de Trípoli, a capital do país.

Segundo essas fontes, o progresso rebelde foi obtido na última madrugada em Dafniya e isso colocou os amotinados em uma situação mais vantajosa na pretensa ofensiva contra a capital do país, onde Kadafi ainda governa.

Os sublevados assaltaram as tropas do exército com apoio da aviação do Pacto Militar do Atlântico Norte (Otan) a cerca de 45 km de Trípoli, na área de Gualish, norte das montanhas de Nafusa.

Repórteres que estão no local citaram explicações de chefes insurgentes sobre a estreita coordenação com a Otan, a ponto de esperar o sinal verde do pacto militar para lançar a ofensiva.

A televisão líbia, por outro lado, informou que as forças do país defenderam essa área do território com artilharia pesada, composta por lançamento de obuses e foguetes, acreditando que isso tenha causado poderosas baixas entre os amotinados.

Analistas indicaram, porém, que o suposto avanço seria o mais significativo nas últimas semanas de estagnação dos combates em torno da cidade de Misrata, o que poderia deixá-los desprotegidos, já que não contam com infraestrutura para construir posições defensivas.

Testemunhas asseguram ter visto muitos feridos, dentre eles três mortos: dois soldados do Exército e um dos rebeldes. No entanto, fontes médicas reportaram 11 amotinados mortos e outros 42 feridos, alguns em estado crítico, nas últimas 48 horas.

Na segunda-feira, as forças armadas líbias emboscaram os rebeldes no sul de Misrata, causando seis mortos e 22 feridos entre os sublevados.

Por outro lado, o porta-voz do governo, Moussa Ibrahim, desmentiu repórteres da mídia ocidental que asseguravam que Kadafi começou a abandonar o poder no momento que se torna cada vez pior a escassez de dinheiro e combustível, e os rebeldes intensificam as ações armadas.

A informação apareceu nesta terça-feira em um jornal russo, que citou "fontes de alto nível" em Moscou, mas Ibrahim sublinhou que "Kadafi não é negociável. Essa é nossa posição de princípios, e o futuro da Líbia será decidido pelos líbios".

Ibrahim agregou também que Kadafi, como líder do país, é um "símbolo histórico, e os líbios morrerão para defendê-lo".

Fonte: Prensa Latina