Governo eleito e atual enfrentam-se no Peru
A situação econômica deixada pelo governo atual ao eleito motivou uma intensa polêmica depois que, nesta semana, a equipe do Gana Peru, partido de Humala, a cargo da transferência do setor econômico da administração pública, apresentou seu primeiro relatório.
Publicado 13/07/2011 16:19
O informe indicou que medidas tomadas no último ano pelo governo, como a redução do imposto geral às vendas e o corte da despesa pública -já revogada- desaceleraram a economia e o crescimento diminuiu.
Também assinalaram que, além disso, o executivo atual aumentou o número de empregados públicos e dispôs de grandes fundos em suas últimas semanas no poder, o que, junto a outros elementos, forja a imagem de economia exitosa e pujante que proclama o governo.
Kurt Burneo, considerado seguramente o ministro de Economia do novo governo, agregou que outro ingrediente da situação é o envolvimento do governo na campanha eleitoral.
Afirmou que o Executivo e, em particular, o ministro de Economia, Ismael Benavides, fez reiteradas declarações contra as propostas do então candidato Humala, criando incerteza na empresa privada, o que diminuiu os investimentos.
O presidente, Alan García, alegou que no dia 28 de julho, data da posse de Humala, deixará uma situação de abonança e que é injusto que se culpe o governo de ter gerado a desaceleração e o esfriamento da economia.
Assinalou que deixará 47,5 bilhões de dólares em reservas, bem como um fundo para emergências, como um desastre natural, com 5,6 bilhões de dólares.
Admitiu, no entanto, que há uma desaceleração econômica, mas alegou que se deve à incerteza gerada no setor privado, do qual dependem 70 por cento da economia, com o que aludiu à vitória eleitoral de Humala.
O parlamentar socialista do Gana Peru, Javier Diez Canseco, assinalou que a herança econômica que García deixou faria parte de uma série de ações do que chamou “sabotagem do governo atual à nova administração”.
Fonte: Prensa Latina