Muçulmana muda regra do halterofilismo, iranianas perdem o jogo
A americana Kulsoom Abdullah, 35, vai se tornar a primeira atleta a competir no levantamento de peso com as pernas, braços e cabeça cobertos. Ela recorreu ao Comitê Olímpico dos EUA e conseguiu que a Federação Internacional de Levantamento de Peso alterasse a regra sobre o vestuário do atleta. Já a seleção feminina de futebol do Irã foi derrotada antes de entrar em campo "por causa das vestimentas" que as jogadoras usaram nas eliminatórias para a Olimpíada de Londres
Publicado 13/07/2011 19:02

Filha de imigrantes do Paquistão e Ph.D em computação em Georgia Tech, a atleta muçulmana conseguiu classificação para o campeonato nacional americano, mas devido às regras internacionais da modalidade, foi proibida de competir com o hijab –vestimenta tradicional da cultura islâmica.
Kulsoom recorreu junto ao Comitê Olímpico dos EUA e, há duas semanas, conseguiu que a Federação Internacional de Levantamento de Peso alterasse a regra sobre o vestuário do atleta.
O problema para a atleta muçulmana era que, antes, não se permitia que o macacão usado nas competições cobrissem os joelhos e cotovelos –para ajudar na avaliação dos árbitros.
Agora, pode-se usar uma peça de roupa colada no corpo por baixo do macacão.
Faixa preta em taekwondo, Kulsoom pesa cerca de 45 kg e consegue levantar mais de 110 kg. Ela começou a praticar o levantamento de peso há quatro anos.
"O levantamento de peso é um esporte olímpico aberto para todos os atletas sem discriminação de cor, raça, religião, sexo, idade ou nacionalidade de acordo com os valores olímpicos", disse o presidente da Federação Internacional do esporte, Tamas Ajan.
Derrota no futebol
Recentemente, a seleção feminina de futebol do Irã foi eliminada das eliminatórias para a Olimpíada de Londres-2012 devido às vestimentas usadas pelas jogadoras. Na oportunidade, a Fifa alegou que o véu usado pelas iranianas colocava as jogadoras em risco.
Em junho passado, a equipe iraniana foi banida da partida contra a Jordânia, em Amã, antes do início do jogo pré-olímpico. A Fifa já havia banido a equipe em abril passado por conta do plano de utilizar os lenços na cabeça, como manda a fé islâmica quando as mulheres estão em público.
Fonte: Folha online