PCdoB e aliados dicutem legado da Copa em Porto Alegre
PCdoB, PSB, PT, PPL e PR promoveram na segunda-feira (18), em Porto Alegre, um seminário para discutir "Porto Alegre para além da Copa". O encontro, que aconteceu na Câmara Municipal para um grande público, teve como painelistas a deputada Manuela d'Ávila (PCdoB-RS), os vereadores Airto Ferronato e Adeli Sell, e o coordenador executivo da Copa no RS e ex-árbitro Carlos Simon.
Publicado 20/07/2011 11:55 | Editado 04/03/2020 17:10

A deputada Manuela D´Ávila foi a primeira a palestrar. A parlamentar iniciou sua fala ressaltando as qualidades dos partidos que organizaram o evento, siglas estas que integram o campo político que elegeu o governador Tarso Genro no ano passado. “Temos uma visão comum de sociedade, das reformas necessárias e dos investimentos para que a sociedade melhore”, frisou ela.
Para Manuela, não podemos ter na Copa duas Porto Alegre: “uma moderna e incluída para os turistas e outra excluída, onde os mesmos problemas de sempre continuam. A Copa tem que ser aproveitada como oportunidade para todos". Segundo a deputada, a Copa é um grande evento e deve ser celebrada por todos. Mas, para isso, ela precisa ser pensada não apenas para o turista que virá e, sim, para a população. "Enfrentamos, hoje, problemas graves na gestão de recursos federais como a perda de R$ 1,4 milhão da Praça da Juventude da vila Bom Jesus e mais R$ 3 milhões do Protejo. Ou seja, há um risco de que isso seja reproduzido com os recursos da Copa. É preciso estar atento", disse.
Carlos Simon, o segundo a falar, enumerou as obras em andamento na cidade e reforçou a informação de que será o Beira Rio o estádio oficial da Copa em Porto Alegre. Segundo ele, o debate com a sociedade é urgente e precisa ser feito. “Cada vereador tem um papel importante e terá que ser cobrado por isso. O país terá benefícios por muitos anos, principalmente o incremento da atividade turística”.
O Coordenador do Comitê Executivo da Copa trouxe alguns dados do último evento esportivo realizado na África do Sul e projetou a vinda ao País de pelo menos três milhões de turistas, 80% deste total se hospedando em hoteis, onde cada turista deixará em média 11 mil na cidade. Investimento que fica como legado, ressaltou.
Para que se chegue a esse objetivo, muitas coisas precisam mudar. A secretária Estadual do Turismo, Abgail Pereira, lembrou que é preciso tornar Porto Alegre uma referência no Mercosul e esse protagonismo não vem acontecendo. Nesse sentido, Manuela destacou que Porto Alegre tem uma localização geográfica privilegiada e que precisa reforçar isso. "Nossa cidade tem vocação para o turismo de eventos. Mas não temos um grande centro de eventos. Ou seja, é preciso assumir o protagonismo e propor, inovar, organizar a cidade para suas vocações", falou.
Simon foi bastante otimista em sua fala, garantindo que o País tem condições de realizar o evento, mas ressaltou: “temos que fiscalizar todos os centavos investidos neste projeto. Não podemos esconder a realidade da sociedade, precisamos discutir abertamente com todos”.
O mesmo otimismo tem o vereador Ferronato, que falou sobre o andamento das obras. O vereador Adeli também reiterou que a Copa do Mundo de Porto Alegre que queremos é a Copa do Mundo do povo. “Não será com frases de efeitos ou pirotecnia que iremos resolver os problemas da Copa. Temos que pensar na efetividade. Queremos cidadania depois de 2014, este é o legado que queremos do evento”, disse Adeli.
Da redação local