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Desindustrialização: dólar volta a 1999, negociado a R$ 1,540

Sem mudança de cenário, o câmbio local continua pautado pelos vendedores, que levam a cotação do dólar a mínimas não vistas desde janeiro de 1999. A queda da moeda estadunidense frente ao real reduz a competitividade e estimula a desindustrialização da economia nacional.

Por volta das 14 horas, o dólar comercial apontava queda de 0,83%, a R$ 1,540 na venda. Na mínima, a divisa caiu a R$ 1,536, menor cotação intradia desde 15 de janeiro de 1999.

Vendas firmes, também, na Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F), onde o dólar para agosto também tinha queda de 0,83%, a R$ 1,5415. O contrato já fez mínima a R$ 1,537. Pela análise gráfica, o próximo objetivo de baixa está em R$ 1,539. Perdido esse ponto, o preço buscaria R$ 1,510.

Depois de alguns dias rondando a linha de R$ 1,55, o câmbio local tomou rumo e quem ditou o caminho foram os vendedores. Na semana passada, operadores já alertavam para a possibilidade de algum firme movimento no preço, já que a volatilidade havia caído e se percebia uma briga acirrada na defesa do R$ 1,55.

Os comprados nessa linha de preço foram derrotados hoje. Na linguagem de mercado, foram “stopados”, ou seja, tiveram de abrir mão da posição comprada. Quando isso acontece, eles automaticamente têm de vender dólares, movimento que põe os preços ainda mais para baixo.

Uma das preocupações que rondavam as mesas na semana passada também perdeu força. A possibilidade de novas medidas na área cambial foi descartada pela própria presidente Dilma Rousseff que, em entrevista na sexta-feira, disse que a instabilidade no quadro externo não permite ao governo brasileiro anunciar medidas de natureza cambial no curto prazo.

Olhando para o câmbio externo, o Dollar Index, que mede o desempenho da divisa americana ante uma cesta de moedas, segue perdendo valor. Há pouco, o índice operava com baixa de 0,20%, a 74,09 pontos.

Conforme não se chega a uma solução para elevar o teto do endividamento federal americano, os investidores globais buscam proteção em outras moedas, como o franco suíço e o próprio iene.

O euro também não chama compradores. Há pouco, a moeda comum recuava 0,08%, a US$ 1,437, depois de subir a US$ 1,44. A Grécia voltou a ter sua nota rebaixada, agora pela Moody’s, que aponta o calote como um evento quase certo. Para a agência, o modelo de financiamento adotado para ajudar o país, que conta com redução de juros e alongamento de prazo, abre um precedente negativo para outras nações da região.

Fonte: Valor