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Crise na União Europeia: É o sistema, estúpidos!

"A crise durará mais um ano e acabará em 2010". Quem o disse foi Dominique Strauss-Kahn, o ex-diretor geral do FMI, em outubro de 2009, afirmando que os efeitos da crise econômica durariam mais um ano e que se sairia da recessão no primeiro semestre de 2010.

Por Ângelo Alves, no Avante!

Era o tempo de, a partir do FMI, da Comissão Europeia, das conclusões do Conselho Europeu e da Casa Branca, decretar o início da "recuperação lenta e com desafios", a patranha que deu cobertura à intensificação das medidas de transferência dos efeitos da crise para os estados e para os trabalhadores e os povos

Entretanto as consequências da fuga para a frente do sistema cedo se fizeram sentir e a crise aí está, funda, sem fim à vista e com altíssimas probabilidades de novas e ainda mais violentas explosões, tal como o Partido Comunista Português (PCP) previu.

Mas isso não demove os responsáveis políticos de insistir na mentira e exatamente na mesma estratégia. A recente cúpula da Zona Euro foi mais um "brilhante" exemplo desse exercício.

Barroso, Rumpoy e Sarkozy lançaram o mote da resolução dos problemas da crise das dívidas soberanas e do euro e do clima de distensão e alívio. Mas foram precisos apenas dias para que a realidade reduzisse ao ridículo as pomposas declarações, como o comprovam duas notícias veiculadas na passada terça feira.

Uma dá-nos conta do debate esquizofrênico nos EUA entre conservadores e democratas altamente demonstrativa do Estado caótico a que chegou a economia norte-americana.

O presidente da maior potência capitalista do mundo veio a público proferir uma declaração a pedir consenso para aumentar o tecto da dívida soberana, ameaçando com um crash norte-americano com consequências para todo o Mundo.

A outra reduz a lixo as tão mediáticas conclusões da cimeira do euro: A situação não dá sinais de estabilização, pelo contrário; a especulação acelera e avança para novos países e os juros da dívida soberana de curto prazo de países como a Espanha e a Itália disparam.

E só poderia ser assim… é que o problema está no sistema, e esse não foi tocado desde 2008. Bem pelo contrário, esbraceja e defende-se com a guerra social contra os trabalhadores, os povos e a soberania das nações.

Fonte: Avante!