Estudantes de Medicina em Cuba farão atividades em Sobral

Os estudantes brasileiros realizarão, através de trabalho voluntário, uma semana da saúde em Sobral. Entre as atividades palestras, visitas a unidades de saúde e atendimentos. Além disso, os acadêmicos de Medicina também realizarão um ato político de solidariedade a Cuba.

O cearense Thiago Ponciano, coordenador da Associação dos Brasileiros Estudantes de Medicina em Cuba (ABEMEC), destaca a importância da troca de experiências entre os dois países. “Os cubanos se identificam muito com os brasileiros. Buscamos através destas atividades dividir nossos conhecimentos com os estudos de lá com as necessidades da população daqui”.

Segundo o acadêmico, que iniciará o 9º semestre no curso, a ABEMEC foi criada em 2006 como organização política para reunir os estudantes de Medicina na ilha. “Os líderes são escolhidos através de votação", informa. Atualmente 648 brasileiros estudam Medicina em Cuba e todos eles fazem parte da ABEMEC. 32 são cearenses, sendo 70% deles vindos do interior do Estado.

As principais atividades da associação de brasileiros é trabalhar a discussão do Sistema Único de Saúde (SUS). “Encontramos algumas diferenças ao comparar os cursos de lá com os daqui. A formação cubana é mais voltada para a atenção primária, enquanto no Brasil, os estudantes se interessam mais em atuar nas demais atividades. Nossa intenção é fazer com que os estudantes brasileiros conheçam a realidade de suas cidades e voltem para suas localidades onde possam ajudar a comunidade”, informa Thiago.

A ABEMEC também realiza encontros, congressos e seminários sobre Medicina. “Nosso próximo projeto é realizar um seminário em Cuba sobre as experiências do SUS no Brasil. Já estamos em fase de organização e o evento deverá acontecer em abril de 2012”, informa.

Semana de Saúde Cuba-Ceará

Cerca de trinta estudantes brasileiros da Escola Latino-Americana de Medicina de Cuba (ELAM), 23 deles cearenses, participam de 1º a 5 de agosto da Semana de Saúde Cuba-Ceará, em Sobral. A semana é realizada pela ABEMEC, com apoio da Secretaria da Saúde do Estado (Sesa) e da Secretaria de Saúde e Ação Social de Sobral.

Durante cinco dias, os estudantes realizarão trabalho voluntário de campo. As aulas práticas serão realizadas em unidades básicas de saúde, com o acompanhamento dos principais problemas de saúde das comunidades. A programação também prevê a realização de palestras sobre gravidez na adolescência, DST/Aids, Programa Saúde da Família (PSF), visita ao Centro de Atenção Psico-Social (CAPS), Centro de Epidemiologia e Zoonoses, Trevo de Quatro Folhas e ao COAS.

A ELAM recebe estudantes carentes de toda a América Latina, com o objetivo de fazê-los retornar, já formados, às suas comunidades de origem, para atuar como médicos. Na ELAM, os estudantes são bolsistas do governo cubano e recebem os estudos, livros, moradia, alimentação e material de didático.

Todos os anos, no período de férias de julho a agosto, os acadêmicos brasileiros da ELAM realizam as Brigadas Estudantis de Saúde (BES) no Brasil, com apoio de governos estaduais, prefeituras municipais, partidos políticos e organizações não-governamentais. Ao longo dos primeiros quinze dias do mês de agosto, as atividades serão realizadas, além do Ceará, nos estados do Acre, Amazonas, Bahia, Goiás, Maranhão, Minas Gerais, Pernambuco, São Paulo, Santa Catarina, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul.

Ato de solidariedade

Para encerrar a semana de atividades, os estudantes também realizarão em Sobral um ato de solidariedade aos cubanos, na Praça Cuba, na sexta-feira, dia 5, a partir das 17h. “Nosso principal objetivo é divulgar a ilha de Fidel. As dificuldades, costumes, características e semelhanças com o povo brasileiro”, informa Thiago. Será uma exposição cultural. Os brasileiros apresentarão fotos, vídeos e livros que apresentem Cuba aos sobralenses.

Mas o ato também será de protesto contra o embargo norte americano ao país e ainda de repúdio contra a prisão dos cinco cubanos presos nos Estados Unidos há mais de 12 anos acusados de espionagem. “Existe um movimento mundial de rejeição às prisões. Também fazemos parte desta luta”.

De Fortaleza,
Carolina Campos (com informações da Sesa)