Transporte coletivo: Motoristas ameaçam iniciar greve terça-feira
Sintro reduz o pedido de reajuste salarial para 9,9%. Em assembleia, motoristas e cobradores de ônibus votaram pela greve caso o Sindiônibus não acate a nova proposta. As paralisações podem começar a partir de terça-feira (02/08)
Publicado 29/07/2011 08:44 | Editado 04/03/2020 16:31

Motoristas e cobradores de ônibus levantaram as mãos em acordo com o anúncio de greve caso o sindicato patronal não aceite a nova proposta de reajuste salarial. Em assembleia, o Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários do Estado do Ceará (Sintro) decidiu pelo reajuste de 9,9% no salário-base, além de cesta básica no valor de R$ 65 e vale-alimentação de R$ 7. Antes, a reivindicação era por aumento de 23%.
A votação foi realizada ontem e reuniu mais de 500 pessoas, em dois turnos. A nova proposta será encaminhada oficialmente hoje de manhã para o Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros do Estado do Ceará (Sindiônibus).
Se não houver acordo, motoristas e cobradores devem esperar 72 horas para o início das paralisações das atividades. “Estamos unidos e dispostos a resolver a situação. Mas, se o Sindiônibus não acatar essa proposta, vamos fazer greve a partir de terça-feira”, anunciou o vice-presidente do Sintro, Sérgio Barbosa.
A redução de quase 13 pontos percentuais no pedido de reajuste salarial foi feita após a provocação do Sindiônibus para que a categoria oferecesse proposta de apenas um dígito.
Em contrapartida, o advogado do Sindiônibus, Cleto Gomes, alega que a proposta de um dígito serviria para retomar as negociações. “Deixamos claro desde o início que essa seria uma condicional para voltarmos a discutir o assunto. Não vamos aceitar”, concluiu. Na última terça-feira, o Sindiônibus entrou com pedido de dissídio coletivo no Tribunal Regional do Trabalho (TRT).
O Sintro descarta a possibilidade de dissídio coletivo e informa que as ações de greve serão aos moldes do ano passado. A única garantia é de que haverá uma tentativa em minimizar os prejuízos à população que depende de transporte público coletivo.
Porém, não estão descartadas as visitas às garagens de empresas de ônibus e bloqueios aos terminais. “Vamos usar essas 72 horas para avisar à população sobre a greve. Queremos reduzir o efeito surpresa dos passageiros”, completou o assessor político do Sintro, Valdir Pereira.
A professora Rosileide Maciel, 45, depende de transporte coletivo para ir ao trabalho e às consultas médicas. “Eu sou bastante prejudicada com a greve porque dependo do ônibus para minhas atividades. O jeito é pedir carona aos familiares”, comenta. O almoxarife Davey Honorato, 33, também sofre com a greve. “É um direito deles, mas todos são penalizados”.
A Empresa de Transporte Urbano de Fortaleza (Etufor) não detalhou que providencias ou alterações deverão ser feitas durante a greve. O órgão se limitou a informar que a operação está ocorrendo dentro do previsto e que ainda não foi comunicado oficialmente da greve.
Saiba mais
A categoria pede um reajuste salarial de 9,9%, além de aumento no valor da cesta básica e vale alimentação. O Sindiônibus defende o dissídio coletivo. Caso o pedido não seja aceito, a greve deve começar na próxima terça-feira.
Números
R$ 1.133,00 reais é o salário base atual do motorista de ônibus em Fortaleza
R$ 689,00 reais é o salário base atual dos cobradores de ônibus na Capital.
Fonte: O Povo