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Israel: Milhares vão às ruas em protesto por justiça social

Diante de uma forte pressão popular, o premiê israelense Benjamin Netanyahu não teve outra saída que ir a público neste fim de semana para prometer reformas, em uma tentativa de conter novas manifestações, como as de sábado, que exigiam justiça social no país.

A promessa de Netanyahu foi anunciar a montagem de uma equipe que, para a mídia alinhada com o regime israelense, "elaborará um plano destinado a aliviar as 'privações econômicas' sofridas pelos israelenses".

Os representantes dos manifestantes repudiaram a forma como o premiê tentou manobrar a questão e exigiram debater com ele frente às câmeras de televisão.

"Isso é uma manobra manipuladora por parte do primeiro-ministro", afirmou Dapni Leef, um dos líderes do movimento. "Saímos às ruas para exigir uma mudança de sistema e ele se contenta em formar uma comissão buscando se livrar de suas responsabilidades", completou.

Netanyahu formou a tal equipe depois que protestos em massa em todo Israel reuniram mais de 150 mil pessoas.

No domingo, milhares de pessoas fizeram curtas manifestações e nesta segunda (1/8) os funcionários públicos municipais fizeram uma greve de 24 horas.

Mídia local comemora a não adesão dos fundamentalistas religiosos. No sábado, os protestos aconteceram em mais de dez cidades. O jornal Maariv destacou em sua capa "A voz do povo se expressou", assim como a reação da direita israelense, que pretendia fazer crer que a esquerda manipulava os manifestantes.

"As questões sociais nunca fizeram tantas pessoas saírem às ruas", afirma, por sua vez, Yediot Aharanot. "Um compromisso dessa natureza contrasta com a indiferença e o cinismo da população até agora", acrescenta.

"A mobilização vai continuar a ser uma espinha de peixe na garganta do governo", diz o jornal. "Ontem à noite, Benjamin Netanyahu perdeu o poder (…) de modo lamentável. Prometa o que prometer, está liquidado", sentencia o Haaretz.

Os protestos contra o alto custo de vida e por justiça social, levaram mais de 30 mil pessoas às ruas de Telavive, no centro da cidade, que portavam bandeiras vermelhas e israelenses.

Em Jerusalém, milhares de manifestantes realizaram uma passeata até a residência do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, com cartazes nos quais se lia "toda uma geração quer um futuro".

O movimento de protesto, que começou há um mês e a princípio esteve dirigido contra a inflação dos aluguéis, ampliou-se contra o agravamento das desigualdades sociais e o sucateamento dos serviços públicos, particularmente na saúde e na educação.

Os palestinos que moram em Israel se uniram aos judeus nas manifestações em Nazaré, ao norte de Israel e na localidade de Baka Al Garbyeh, ao norte de Telavive.

Com agências