Mexicanos convocam marcha contra nova lei de Segurança Nacional

Segundo lideranças de esquerda, a lei levaria a uma militarização do Estado. A mudança permitiria ao Executivo utilizar as tropas federais "contra movimentos sociais, conflitos políticos eleitorais e de caráter trabalhista ou social".

"É necessário frear a pretensão de sancionar [o projeto] que viola os direitos humanos", declarou o senador Carlos Navarrete, líder da bancada do Partido da Revolução Democrática (PRD).

Deputados do Partido do Trabalho (PT) explicaram que o projeto daria ao presidente do país a possibilidade de ordenar a intervenção militar em situações que ele julgue urgente, mesmo sem a permissão do Congresso.

Parte da bancada do Partido Revolucionário Institucional (PRI), de centro, afirmou, no entanto, que está disposta a assumir os custos políticos de sancionar a lei, que também admitiria que o Executivo decretasse estado de exceção a entidades e regiões do país.

Em um comunicado, divulgado ontem, a associação liderada pelo poeta Javier Sicília convocou todos os cidadãos, organizações, movimentos e setores sociais a se pronunciar por uma reordenação do México pela paz.

O convite foi feito também a todos as regiões do país, na contramão da guerra, da militarização, da injustiça, da impunidade e o esquecimento.

O documento também convida a população a dizer “não” à Lei de Segurança Nacional e a exigir aos legisladores uma promulgação de uma norma de Segurança Humana e Cidadã que determine o irrestrito respeito aos direitos humanos e funcione como um instrumento jurídico para a paz e a segurança.

A nova marcha começará na manhã do domingo 14 de agosto, desde a sede do Museu Nacional de Antropologia até o senado da República, passando pela casa do governo federal na região dos Pinos.

Da Redação, com informações de agências