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Estudantes chilenos estão dispostos a dialogar com o Congresso

Os estudantes chilenos, que se encontram em luta e mobilizados por uma educação de qualidade, estão dispostos a abrir o diálogo com o Congresso de seu país, declarou a presidente da Federação de Estudantes do Chile (Fech), Camila Vallejo. Os presidentes da Câmara e do Senado propuseram criar uma mesa de diálogo com a Federação dos Estudantes Chilenos.

Em declarações à imprensa, a dirigente explicou que chegaram a essa decisão depois de esgotar outras tentativas com o governo, mas só a levarão a efeito sempre e quando o executivo apresente projetos coincidentes com as propostas do movimento estudantil.

Ela disse ainda que se o parlamento tomar a iniciativa de apresentar aos estudantes um projeto de lei e eles comprovarem que tal proposta é boa, os jovens poderiam discuti-lo.

Se ocorrer o contrário, não estarão dispostos a nenhum nível de diálogo, confirmou Vallejo.

Ela igualmente avaliou de maneira crítica a atitude do governo de transferir ao Congresso a responsabilidade de lidar com o conflito estudantil e assim fugir à sua responsabilidade.

A presidente da Federação dos Estudantes Chilenos instou o Congresso a demonstrar desta vez que pode legislar a favor das grandes maiorias e a não apresentar uma proposta não representativa.

O governo também fez propostas vagas de diálogo que foram rechaçadas pelos jovens, que insistiram em continuar as mobilizações e solicitaram um plebiscito.

O presidente Sebastian Piñera aprovou durante esta semana uma lei educacional à margem das propostas feitas pelos estudantes em quase três meses de mobilização. No ato de promulgação da lei o mandatário disse que “nem tudo pode ser grátis na vida”.Os estudantes exigem, entre outras coisas, um maior papel do Estado no processo educativo, uma maior injeção de recursos no setor e parar a municipalização do ensino. Ele exigem também a inclusão dos estudantes de menores recursos.

Uma de suas principais exigências é o fim do lucro, tanto em instituições privadas como estatais.

Em geral os estudantes exigem o desmonte dos mecanismos implantados nos tempos da ditadura de Augusto Pinochet, que privilegia uma elite.

Ao concluir suas declarações, Vallejo indicou que se não se chegar a um acordo com as autoridades, os estudantes publicarão um calendário oficial das mobilizações.

Ela lembrou que está de pé a convocação de uma nova passeata convocada para a próxima quinta-feira (18) e que a Federação dos estudantes se somará à greve geral convocada pela Central Unitária dos Trabalhadores (CUT) do Chile, nos dias 24 e 25 do mesmo mês.

Fonte: Prensa Latina