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ONU admite roubo de comida na Somália

A ONU admitiu nesta terça-feira (16) o roubo de comida distribuída em Mogadíscio pelo Programa Mundial de Alimentação (PMA) e afirmou que a quantia desviada ao mercado negro nos últimos meses representa a 1% do total.

Representantes do PMA condenaram em Genebra o desvio da ajuda enviada à capital do país africano, mas garantiram que "a maior parte da assistência humanitária chega às pessoas que passam fome e salvam vidas a cada dia que passa".

O PMA respondeu à informação divulgada pela agência de notícias norte-americana AP sobre "milhares de sacos" com alimentos roubados em Mogadíscio. Segundo o PMA são enviados mensalmente 5 mil toneladas de alimentos à Somália. Por estas estimativas, a comida roubada giraria em torno de 50 mil quilos mensais.

Christiane Berthiaume, porta-voz do PMA em Genebra, disse que o assunto segue sob investigação e quando houver conclusões serão tomadas as medidas pertinentes. Ela garantiu, no entanto, que os sistemas de controle do organismo para evitar este tipo de situação demonstraram serem "sólidos e rigorosos", já que era conhecido o desvio de parte da ajuda antes do assunto ser revelado pela imprensa.

Apesar do roubo de comida, Christiane indicou que a ONU não cogitou em nenhum momento reduzir o envio de alimentos. "Ainda não sabemos o que faremos, estamos aguardando o resultado das investigações. Sabemos desde já que não vamos reduzir em hipótese algum o envio de alimentos", declarou.

Christiane expressou "o compromisso do PMA para investigar os supostos incidentes de roubo ou desvio (da ajuda humanitária) e penalizará os responsáveis". A porta-voz do PMA ressaltou que a "Somália é um dos locais mais perigosos do mundo para trabalhar no terreno da ajuda humanitária, mas o mais perigoso de todos", e considerou que "os países doadores são conscientes de que existe este risco".

O PMA atende atualmente 1,5 milhão de pessoas no centro e norte da Somália, e deve chegar a mais 3,7 milhões se conseguir novamente acessar o sul do país, zona controlada pela milícia islamita Al Shabaab.

Fonte: EFE