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Morales inicia diálogo com indígenas bolivianos

Uma comissão governamental de alto escalão tenta hoje aqui iniciar conversas com indígenas bolivianos que marcham há cinco dias em protesto pela construção de uma estrada em uyma reserva ecológica. Mas os manifestantes recusaram o diálogo, alegam que só falam com Morales e não com seus representantes.

O grupo de trabalho, integrado pelo ministro de Obras Públicas, Walter Delgadillo, e pelo vice-ministro de Coordenação com Movimentos Sociais, César Navarro, foi para a localidade de San Ignacio de Moxos, onde os manifestantes decidiram realizar a reunião.

Mas os indígenas da Amazônia boliviana, que iniciaram na segunda-feira (15) uma marcha de 600 km até La Paz contra uma estrada financiada pelo Brasil que cruzará uma reserva ecológica, insistiram nesta sexta- (19) que dialogarão apenas com o presidente Evo Morales, rejeitando ministros como interlocutores.

Histórico

O presidente  enviou uma comissão de seu gabinete, liderada por seu braço direito, Carlos Romero, ministro da Presidência

De acordo com o titular da Presidência, Carlos Romero, a designação dos enviados do Executivo é uma indicação do próprio chefe do Estado Plurinacional, Evo Morales, ainda que antes os originários consideraram Morales como o único interlocutor válido para escutar suas demandas.

Os manifestantes, que partiram da cidade de Trinidad na segunda (15) , assim como o secretário da Confederação de Povos Indígenas do Oriente Boliviano (Cidob), Adolfo Chávez, acreditam que um dos trechos da estrada que atravessa o Parque Nacional Isiboro Sécure, afetará a biodiversidade e o meio ambiente.

Enquanto isso, o Governo reiterou sua disposição de escutar as propostas alternativas para essa estrada de 177 quilômetros que unirá as localidades de Villa Tunari (Cochabamba) e San Ignacio de Moxos (Beni), para favorecer a integração do oeste com o leste do país sul-americano.

Os trechos I e III dessa estrada já têm licença ambiental, mas algumas comunidades se opõem à construção do II, a cargo da empresa brasileira OAS, e argumentam também um eventual saque de recursos naturais, entre eles a madeira.

Segundo Romero, a ideia da comissão é poder desenvolver um trabalho conjunto com os indígenas para identificar os fatores de impacto ambiental que requerem a reversão de medidas de minimização, além das consequências socioeconômicas que possam ser favoravelmente aproveitadas pelos moradores.

Para alguns agrupamentos sociais da Bolívia, como as mulheres camponesas, a marcha em rejeição à estrada é manipulada com interesses políticos, a só dois meses da realização na Bolívia das eleições judiciais.

Redação Vermelho com agências – atualizado às 16h43