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Em Trípoli, combates explodem próximos ao quartel de Kadafi

Combates violentos explodiram nesta segunda-feira (22) em Trípoli em volta do quartel-general do líder líbio Muamar Kadafi, horas após rebeldes terem assumido o controle da maior parte da capital. Não havia informações sobre se Kadafi estava no local, ou sobre qual seria seu paradeiro.

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No começo da manhã (horário local), tanques saíram do QG de Kadafi, conhecido como Bab al-Azizia, e começaram a disparar, segundo um porta-voz dos rebeldes. Há intensa troca de tiros na área. Os grupos armados pró-imperialistas avançaram em várias regiões de Trípoli e assumiram o controle do leste, sul e oeste da capital.

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Um porta-voz do Conselho Nacional da Transição, como se denominam as forças de oposição a Kadafi,  disse que forças leais ao líder do país controlam de 15% a 20% de Trípoli.

Os rebeldes começaram a entrar em Trípoli na noite de sábado e intensificaram os ataques durante o domingo. O confronto em diversas áreas da cidade deixou centenas de mortos. O porta-voz de Kadafi, Moussa Ibrahim, disse que 1.300 pessoas foram mortas na cidade nas últimas 24 horas. Havia pontos de conflito em vários bairros, um deles no entorno do hotel que hospeda a imprensa internacional.

O Tribunal Penal Internacional (TPI) confirmou que um dos filhos de Kadafi, Saif al-Islam, foi capturado na capital.

No início da madrugada, o canal de TV oficial do país foi tirado do ar, e a transmissão também foi interrompida na rede Al-Libiya, que pertence a Saif al-Islam.Segundo moradores, os sinais foram interrompidos por grupos anti-Kadafi.

O avanço dos grupos armados da oposição foi facilitado pelos bombardeios sistemáticos praticados pela Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), pacto militar agressivo e imperialista controlado pelos Estados Unidos e seus aliados da Europa e Canadá. Há cinco meses a Líbia é vítima de uma agressão internacional comandada pelas potências imperialistas.

A resistência de Kadafi

Em suas duas últimas mensagens à população, divulgadas pela televisão estatal, o líder líbio incentivou seus seguidores a se manterem armados para salvar Trípoli. Do contrário, advertiu, “o país cairá sob domínio estrangeiro”.

O presidente se referiu à Otan como “organização colonialista”, já que desde março deste ano vem encabeçando a agressão imperialista contra o país.

“A Otan não nos ajudará. Destruirão os edifícios e as cidades que construímos. Os franceses ocuparão nossos territórios, como fizeram os italianos. Precisamos defender Típoli como foi defendida dos italianos”, afirmou.

Um porta-voz informou que cerca de 15% ou 20% de Trípoli continuam sob o comando das tropas leais a Kadafi. Os avanços dos insurgentes seriam impossíveis sem a participação da Otan, cujos aviões bombardearam neste fim de semana um aeroporto de Trípoli e ajudaram os rebeldes a chegar às portas da cidade. 

Falam os agressores 

Barack Obama, chefe do imperialismo norte-americano, afirmou na noite deste domingo que Kadafi precisa admitir que seu governo chegou ao fim, após rebeldes terem tomado o controle de grande parte da capital, Trípoli. "Kadafi precisa reconhecer a realidade de que ele não controla mais a Líbia", disse Obama, em comunicado. "Ele precisa abandonar o poder de uma vez por todas."

As declarações de Obama seguiram as de diversos líderes de potências imperialistas, que fizeram apelos para que Kadafi deixe o poder imediatamente. O secretário-geral da Otan, Anders Fogh Rasmussen, disse que o governo líbio precisa admitir que “não tem como vencer essa guerra”.

"O regime de Muamar Kadafi está claramente desmoronando. O quanto antes ele perceber que não pode vencer essa batalha contra seu próprio povo, melhor. Porque assim o povo líbio não precisa continuar a enfrentar mais derramamento de sangue e sofrimento", disse Rasmussen.

A chanceler alemã, Angela Merkel, também intensificou a pressão internacional sobre o país. "Kadafi perdeu sua legitimidade e seria bom que deixasse o poder o quanto antes", afirmou.

Em entrevista na noite deste domingo, o porta-voz do governo líbio, Moussa Ibrahim, criticou líderes internacionais. "Consideramos os senhores Obama, Cameron e Sarkozy moralmente responsáveis por qualquer morte desnecessária que ocorra neste país", afirmou.

Solidariedade anti-imperialista

Em apoio a Kadafi, o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, lamentou a agressão imperialista que ocorre no país. "Hoje estamos vendo imagens de como os governos europeus e o supostamente democrático governo dos Estados Unidos estão praticamente demolindo Trípoli com suas bombas", disse.

"Hoje eles jogaram não sei quantas bombas e eles as estão jogando indiscriminadamente e abertamente sobre escolas, hospitais, casas, negócios, fábricas, fazendas. E pedimos a Deus para trazer paz ao povo líbio e ao povo do mundo", afirmou.


Da Redação, com informações de agências