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Relações Venezuela-Rússia: aposta no multilateralismo

Venezuela e Rússia impulsionam vínculos bilaterais com seus governos pela busca e consolidação de um mundo multipolar.

Para ambos os países, a atual crise econômica global – e sua maior expressão nos EUA e na Zona Euro – é uma prova clara da necessidade de acelerar a construção de uma nova ordem global, com ênfase no estabelecimento de uma arquitetura financeira diferente.

Essa posição de Caracas e Moscou foi ratificada esta semana durante a visita do chanceler russo Sergei Lavrov, que manteve reuniões com os anfitriões, Nicolas Maduro, e o presidente Hugo Chávez.

“As medidas parciais não funcionam na atual conjuntura de crise sistêmica, urgem plenas reformas nas quais os países e blocos emergentes tenham lugar”, disse Lavrov, após a assinatura de três acordos com Maduro para melhorar os laços culturais, científicos e políticos.

Segundo o ele, o gigante euroasiático vê com bons olhos os processos de integração em curso na América Latina, por sua contribuição à nova ordem.

Ele destacou especialmente o nascimento, em dezembro próximo, da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos, organização genuinamente regional, ao não incluir os Estados Unidos e o Canadá.

“Apreciamos a disposição dos países de, com suas próprias forças, avançar”, disse, no ponto final de uma viagem que o levou antes a El Salvador e Peru.

Sobre seu encontro com o visitante na sede do Ministério das Relações Exteriores, o ministro Maduro avaliou o apoio ao Banco russo-venezuelano como uma contribuição concreta de ambas as nações ao multilateralismo.

"Este é um instrumento concebido para ir um passo à frente da crise, o qual nos permite financiar projetos bilaterais de desenvolvimento sócio-econômico e com nossos aliados", disse ele.

Maduro explicou que o banco já tem sede em Moscou, e em breve contará com outras em Caracas e Pequim.
Desenvolvimento e Defesa

A visita de Lavrov também deixou claro que, além da busca do multilateralismo, Venezuela e Rússia têm laços fortes na área social e técnico-militar.

“As nossas relações têm um alto impacto social a partir da promoção da educação, cultura e habitação”, disse o presidente Hugo Chávez no Palácio Miraflores, onde recebeu o diplomata de Moscou.

Segundo o estadista, programas binacionais estão em consonância com as prioridades do governo venezuelano em termos de inclusão. “Isso pode ser visto no Forte Tiuna, instalação militar onde fica uma cidade com o apoio de empresas russas e de outros países”, disse ele.

Chávez também destacou a geração de empregos, como resultado de acordos comerciais, os quais revisou com Lavrov. Sobre a cooperação na área de defesa, o presidente qualificou como em "um bom ritmo." Nesse sentido, ele citou os empréstimos da Rússia para comprar equipamentos de ar, terra e mar.

Fonte: Prensa Latina