Baianas já podem contar com o programa Rede Cegonha
As mulheres baianas passam a contar, a partir desta sexta-feira (26/8), com o programa federal Rede Cegonha, lançado no Centro de Convenções da Bahia, em Salvador, pelo governador Jaques Wagner e o ministro da Saúde, Alexandre Padilha. O programa vai garantir que mulheres e recém nascidos possam contar com uma rede de instituições e serviços vinculados ao Sistema Único de Saúde (SUS), destinados a atender desde o exame pré-natal até o segundo ano de vida.
Publicado 26/08/2011 18:19 | Editado 04/03/2020 16:19
“Vamos continuar com cada vez mais avanços. Hoje, inauguramos, em Salvador, o primeiro Centro de Parto Normal do Brasil, dentro da estratégia da Rede Cegonha. É R$ 1 milhão investido pelo Ministério da Saúde na implantação e mais R$ 1 milhão por ano para custeio, o que vai agregar valores e compromisso no cuidado humanizado às gestantes e às crianças”, afirmou o ministro da Saude
O governador Wagner também destacou a importância do Rede Cegonha. “Não existe nada mais importante nessa vida do que a chegada de outra vida. E para isso é fundamental que a mulher comece o seu tratamento antes, no pré-natal, e tenha um parto a contento, para que a criança possa ter um desenvolvimento bom. Por isso, estamos convocando todos os prefeitos, de todas as regiões do estado, pois a Rede Cegonha só pode ser tecida em parceria com as prefeituras”.
Atenção básica
Durante o evento, o secretário da Saúde da Bahia, Jorge Solla, explicou que as ações da Rede Cegonha se articulam desde a atenção básica. “Por meio do Programa Saúde da Família, será feito o acompanhamento desde o exame pré-natal, que permitirá a análise precoce de oito problemas de saúde, passando pela qualificação do parto, reduzindo o número de cesarianas desnecessárias, até o cuidado com o recém nascido, mesmo que ele precise de uma atenção intensiva em uma UTI neonatal”.
Segundo Solla, 144 municípios que possuem hospitais de pequeno porte serão beneficiados com a nova política. “Estes hospitais terão R$ 3 mil por mês para estar obrigatoriamente realizando a atenção ao parto normal e ao primeiro atendimento de urgência e emergência”. Com a medida, mais de um terço dos municípios baianos terão uma melhora no financiamento da sua rede hospitalar, qualificando a assistência prestada nessas unidades.
“Eu acho o programa Rede Cegonha é muito importante para nós que participamos do movimento de mulheres, que reivindicamos todos os dias melhores condições para as mulheres. É muito importante que os governos estadual e federal reconheçam a maternidade como algo essencial, como função social e crie mecanismos para dar todo o apoio às mulheres neste momento de sua vida. Me chamou muito atenção a fala do ministro Alexandre Padilha, que reforçou a necessidade de respeito e atendimento digno às mulheres no momento do parto. Achei muito importante também a escolha da Bahia para ser a pioneira da estrutura da Rede Cegonha, entendendo que e necessário que esse programa seja uma das expressões de uma Politica Integral de Atenção a Saude da Mulher afirmou a deputada estadual Kelly Magalhães (PCdoB), que integra a Comissão da Mulher da Assembléia Legislativa da Bahia.
Seminário Estadual
A adesão da Bahia ao Rede Cegonha se deu durante o Seminário Estadual de Atenção Integral Materno Infantil, que reúne prefeitos, prefeitas secretários de Saúde e profissionais da área de todo o estado nesta sexta-feira (26/8), para debater a questão. “A Rede Cegonha é voltada para combater a mortalidade materna e neonatal. Com todos os avanços tecnológicos que temos hoje, não podemos conceber a morte materna, porque a maior parte dos casos de mortes ligadas ao parto pode ser evitada; são preveníveis. Portanto, se tiver serviço de saúde e apoio à gestante, se a gestante tiver um pré-natal qualificado, com acesso aos exames que possam detectar patologias existentes nas gestantes, muitas mortes podem ser evitadas”, explicou a superintendente Estadual da Assistência Integral à Saúde do Estado da Bahia (Sais), Gisélia Santana.
Gisélia ressalta ainda que o programa preconiza um pré-natal de qualidade. “Que se tenha um atendimento integral de qualidade a esta mulher. Que ela já saia do pré-natal sabendo onde vai parir, sem ter que peregrinar em busca de atendimento na hora do parto. O que o governo está fazendo é exatamente qualificar a atenção primária, com os municípios entrando na humanização do pré-natal e do parto. Há um estímulo ao parto normal e acompanhado por profissionais de saúde”, disse.
O governo federal está implantando o Rede Cegonha inicialmente na região Amazônica e o Nordeste, onde existem os piores indicadores de morte maternas no Brasil, para depois estender o programa para o resto do Brasil. “Na Bahia, estamos começando com as quatro regiões em que os indicadores são piores: Região Metropolitana de Salvador; região Sul, região Norte e Centro-norte. A previsão é que a rede esteja implantada em todo o estado até 2014”, concluiu Gisélia Santana.
De Salvador,
Eliane Costa com informações da Secom Bahia.