MG: Em menos de três anos, Ânima demite 399 professores
Um levantamento feito pelo Sindicato dos Professores do Estado de Minas Gerais (Sinpro Minas) aponta que o grupo educacional Ânima, que administra os centros universitários Uni-BH e UNA, em Belo Horizonte, demitiu, desde 2009, 399 docentes. Boa parte dos dispensados tinha mestrado ou doutorado, além de anos de trabalho nas instituições de ensino.
Publicado 26/08/2011 15:56
Para o sindicato, as demissões revelam claramente a prática do grupo de demitir professores mais qualificados e experientes, com o objetivo de reduzir custos e mercantilizar a educação. De acordo com Gilson Reis, presidente do Sinpro Minas, tal prática traz graves prejuízos para a qualidade do ensino e cria um clima de apreensão e insatisfação entre os professores.
“Também têm sido recorrente, em nome do lucro, a adoção de métodos de gestão corporativa, inclusive na área acadêmica, e a precarização do projeto pedagógico, com extinção de cursos e pesquisas, padronização de currículos, redução da carga horária de disciplinas e de atividades de extensão, entre outras medidas tomadas pelo grupo que afetam diretamente a qualidade da educação”, denuncia Gilson Reis.
O presidente do Sinpro Minas, Gilson Reis, fala sobre o levantamento feito pelo sindicato. |
Ele destaca que o sindicato recebe, com frequência, denúncias de precarização das condições de trabalho e de irregularidades trabalhistas em ambas as instituições administradas pelo Ânima em Minas. “Essas denúncias colocam em suspeição o anúncio, feito por uma multinacional, de que a UNA está entre as melhores empresas para trabalhar no Brasil. Com certeza, essa não é uma realidade para os docentes”.
Para barrar o processo de mercantilização do setor em Minas e defender os interesses dos professores do Uni-BH, o sindicato entrou com ação na Justiça, em 2009, contra a venda da instituição de ensino para o grupo. A decisão em primeira instância foi favorável à anulação do negócio.
A sentença confirma a tese de que a negociação foi ilegal, pois a venda só poderia ter ocorrido com prévia autorização judicial, o que não aconteceu. Além disso, a instituição de ensino só pode ser repassada para outra fundação com os mesmos fins educacionais, e não para o grupo empresarial, que é uma S/A.
“O Sinpro Minas repudia as demissões e reafirma que continuará atento quanto às decisões do Ânima. Não vamos medir esforços para defender os direitos e conquistas da categoria e lutar contra a mercantilização do ensino”, destacou Gilson Reis.
Fonte: Sinpro Minas