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Cresce o movimento grevista na Federal do Espírito Santo

Uma nova dinâmica social se iniciou nesta sexta-feira (26) na UFES. Começou com os professores da Universidade Federal do ES (UFES) através da Associação dos Docentes da UFES (Adufes) que realizaram uma assembleia geral para decidirem sobre a sua greve. A pauta incluiu a Campanha Salarial de 2011 e o indicativo de greve, onde foi avaliado a atual rodada de negociações da semana passada com o Governo Federal.

Por Ricardo Tristão*

No âmbito nacional, parece que o Setor das Instituições Federais de Ensino Superior (Ifes) aprovou por unanimidade, no dia 13 de agosto, o indicativo de greve nacional. A orientação da reunião do setor das Ifes foi a realização dessa nova rodada de assembleias gerais para avaliar o resultado da mesa de negociações com Ministério do Planejamento e debater a data para o início da greve nacional da categoria dos professores.

Mas nesta sexta-feira (26) o Fórum de Professores das Instituições Federais de Ensino Superior, PROIFES e a Andes assinaram com o MPOG um termo de acordo para os docentes das carreiras do magistério superior e EBTT. Enquanto isso a decisão tomada pela Adufes nesta sexta foi a de fazer uma paralisação já na quarta-feira (31), com o indicativo de início da greve na UFES a partir do dia 5 de setembro.

A reação do DCE e do Sintufes

Esta decisão dos professores repercutiu em toda a UFES. Os estudantes organizados pelo DCE, logo em seguida à assembleia da Adufes fizeram assembleia em frente ao restaurante universitário (RU) e decidiram realizar uma ocupação simbólica na Reitoria até a quarta-feira(31).

Cerca de 300 estudantes participaram deste ato e em seguida saíram pelas salas de aula da UFES paralisando todas as aulas da sexta-feira. “Isso mostra que os estudantes estão unidos e solidários aos trabalhadores”, revelou o Coordenador Geral do Sindicato dos Trabalhadores na UFES (Sintufes), José Magesk. Ele esteve na assembleia da Adufes e citou, a “enrolação” do governo federal nos quase 90 dias de greve dos trabalhadores da UFES.

A greve dos trabalhadores técnicos da Ufes já ocorre desde 07 de junho deste ano como parte de um movimento nacional, onde diversos setores da universidade estão parados e impossibilitando a continuidade das aulas. Mais de 15 universidades federais têm servidores em greve. Os funcionários públicos querem aumento de salário. O piso salarial da categoria é R$ 1.034,00. Os trabalhadores do Sintufes querem R$ 1.635,00.

Professores e Estudantes do Ifes nas rua

Também em greve desde o início de agosto, os professores, técnicos federais e estudantes do Instituto Federal do Espírito Santo (Ifes, antigo CEFETES), já se uniram e fizeram um abraço simbólico na unidade de ensino localizada em Jucutuquara, Vitória, na quinta-feira (18/08). Segundo o professor Hudson Cassio, porta-voz do comando de greve da categoria, "Nós estamos fazendo este movimento aqui no Espírito Santo para mostrar ao capixaba o quanto é importante a expansão da educação federal e tecnológica, com construção de novos prédios, mas coma manutenção da qualidade de ensino que sempre fez parte da história dessas unidades federais. Está havendo um risco de perda dessa qualidade do ensino se não houver uma política de valorização do servidor público", afirmou.

Mobilização Estudantil da UFES

Neste sábado (27) teve início pelas redes sociais do Facebook, Twitter, Orkut e por e-mail uma intensa mobilização dos estudantes e por alguns professores da UFES para impedirem as aulas e o funcionamento de toda a universidade na semana que vem. Afirmam que conforme foi deliberado pela assembleia geral dos estudantes da UFES no dia 26/08 farão uma paralisação dos 4 campi nos dias 29, 30 e 31/08. E no domingo (28), as 18h no DCE será realizada uma reunião para discutir as atividades da paralisação que provavelmente poderá paralisar também parte de Vitória com o fechamento da avenida Fernando Ferrari em frente à universidade.

Assembleia dos estudantes

Militantes ligados ao Psol e setores da direita capixaba já falam abertamente em aproveitar este movimento para voltar à caga contra o governador do Espírito Santo Renato Casagrande e aproveitar e iniciar um movimento de oposição à presidenta Dilma no estado. Já é visível e preocupante o apoio que a imprensa conservadora do estado está dando a esta pequena parcela dos estudantes que não representam a maioria dos universitários da UFES.

*Ricardo Tristão é Cientista Social em graduação na UFES.