Forças leais à Otan dão ultimato a combatentes líbios
As forças leais à Otan que combatem o exército regular líbio deram nesta terça-feira um ultimato para que os combatentes se rendam, antes de sábado, ao mesmo tempo em que têm dificuldade em conquistar a cidade de Sirte, local de nascimento de Muamar Kadafi.
Publicado 30/08/2011 19:47
O chefe do Conselho Nacional de Transição (CNT), Mustafah Abdeljalil, disse que negocia com autoridades das cidades nas quais ainda há combates para tentar obter sua rendição, principalmente em Sirte.
Segundo o representante não-oficial em terra da Otan, o prazo para a rendição "expirará (…) no sábado, se não houver uma saída pacífica à vista no terreno", disse à imprensa em Bengazi, sede do motim militar patrocinado pelo imperialismo.
"O lançamento da batalha final é iminente", declarou por sua vez o porta-voz militar dos rebeldes, coronel Ahmed Omar Bani, em Bengazi.
O paradeiro do coronel Muamar Kadhafi, líder da Líbia, continua desconhecido e a mídia ocidental reforça os boatos de que ele teria se refugiado em sua cidade natal.
Em um movimento aparentemente feito para garantir a mobilização dos rebeldes, a Otan declarou que Kadafi ainda mantém a capacidade de "comandar e controlar tropas, seus movimentos e as armas".
"Os partidários de Kadhafi que observamos não estão em plena debandada. Retrocedem ordenadamente até a posição menos pior", indicou o porta-voz da Otan para operações na Líbia, coronel Roland Lavoie.
Essa informação é utilizada para justificar novos bombardeios no país, "enquanto os partidários de Kadafi continuarem representando uma ameaça para a população civil", alegou a porta-voz da organização, Oana Lungescu.
Em Trípoli, onde a tensão é forte, há vários rumores sobre "uma surpresa" por parte das tropas regulares líbias para o dia do fim do jejum do Ramadã, que coincide com o 42º aniversário da revolução chefiada por Kadafi, em 1º de setembro de 1969.
As forças leais à Otan anunciaram também que recolocarão em funcionamento a maior parte de seus poços de petróleo nos próximos dias, mas suas exportações serão retomadas gradativamente.
Muito dinheiro
Em Nova York, a comissão de sanções da ONU aprovou o envio de mais de US$ 1,5 bilhão para os "rebeldes". O dinheiro havia sido confiscado ao Estado líbio logo no início do motim em Bengazi.
Além do Reino Unido, a Alemanha e a França também brigam para obterem o sinal verde para movimentar o dinheiro confiscado do Estado líbio, que somam US$ 1,4 bilhão e US$ 7,3 bilhões, respectivamente.
O ministro das Relações Exteriores do Reino Unido, William Hague, disse, por meio de um comunicado, que a medida representa outro grande passo para obter a ajuda necessária para o povo líbio.
Segundo informa a mídia, esse dinheiro não passa de cédulas de dinares líbios, impressas por uma empresa britânica e que não foram repassadas ao governo líbio na época.
"Essas cédulas vão auxiliar nas urgências humanitárias do país, incentivar a confiança no setor bancário, pagar salários de trabalhadores públicos e aumentar a liquidez da economia", alegou Hague.
Os países europeus que confiscaram o dinheiro líbio têm pressa em fazer movimentar esses valores na Líbia, como meio de ajudar os "rebeldes" dirigidos por eles a conquistar apoio popular.
Com agências