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Em reunião na França, Brasil defenderá autonomia líbia

Em defesa da autonomia e da democracia na Líbia, o embaixador extraordinário do Brasil para o Oriente Médio, Cesário Melantonio Neto, que participa nesta quinta-feira (1º/9) de uma reunião internacional, em Paris, defenderá a posição brasileira.

Melantonio Neto deverá ratificar que o Brasil está com o povo líbio, em favor de suas aspirações por liberdade, assim como defende que o processo político e econômico do país seja conduzido pelos próprios líbios, sem intervenção externa.

Melantonio Neto, no entanto, deverá lembrar que o reconhecimento de um governo provisório na Líbia depende da chancela do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU). Por enquanto, o Brasil ainda não reconheceu como "legítimo" o Conselho Nacional de Transição (CNT), organismo centralizador das forças leais à Otan.

Os Estados Unidos e seus satélites, como Reino Unido, França, Alemanha e Itália estão entre as 40 nações que reconhecem o CNT, em uma tentativa de ligitimizar a derrubada do governo líbio.

Próximo do meio-dia de hoje (cerca das 17 horas em Paris), o presidente da França, Nicolas Sarkozy, e o primeiro-ministro do Reino Unido, David Cameron, comandam uma reunião com representantes de 60 países e organizações internacionais para definir medidas que serão adotadas para "ajudar" a Líbia.

A reunião ocorre no mesmo dia em que a revolução que pôs fim à monarquia líbia comemora 42 anos. Historicamente, Brasil e Líbia sempre tiveram relações comerciais e econômicas, pois os líbios são importadores de produtos agrícolas.

No entanto, em fevereiro o Brasil ratificou as sanções impostas pelas Nações Unidas ao país, suspendendo as operações com os líbios.

Na semana passada, o chanceler Antonio Patriota negou riscos de rompimento de acordos para os empresários brasileiros. A Petrobras e as construtoras Odebrecht e Queiroz Galvão têm investimentos na Líbia, mas, desde o começo dos conflitos em fevereiro, suspenderam obras e retiraram os funcionários do país.

As discussões hoje deverão se concentrar em medidas eficientes que colaborem para a reconstrução da Líbia, depois de cerca de seis meses de agressão por parte das forças oposicionistas, apoiadas pela Otan.

Os governos da Itália e França anunciaram o desbloqueio de recursos, atendendo ao pedido do CNT. A expectativa é que sejam liberados aproximadamente US$ 175 bilhões para a Líbia.

Os líderes da comunidade internacional também querem definir alternativas que garantam a segurança na Líbia e a organização de futuras eleições.

No entanto, a tendência é que a comunidade internacional mantenha as tropas do Pacto Militar do Atlântico Norte (Otan) na região, contrariando o desejo da oposição que deverá assumir o comando interino do país.

Com informações da Agência Brasil