Conferência Estadual do PCdoB paulista espera mais crescimento

Durante os preparativos finais para a Conferência Estadual do PcdoB de São Paulo em 03/09, o Portal Vermelho colheu as impressões de dois dirigentes da atual direção, Marcelo Cárdia, secretário de Organização e Nádia Campeão, presidente do partido no Estado.

Marcelo Cardia

Vermelho – Cardia, quais os desafios para a nova direção paulista?
Marcelo Cardia – A Conferência Estadual de São Paulo de 2011 mostra um partido que cresceu bastante neste último período de dois anos. Atingimos mais de 20 mil mobilizados na base e vamos atingir 22 ou 23 mil. O partido se expandiu pelo interior do Estado, estamos em todas as regiões e principalmente nos grandes centros, cidades com mais de 70% do eleitorado e também nas pequenas cidades, embora pelo tamanho de São Paulo, com mais de 40 milhões de habitantes e cerca de 20 milhões de eleitores, relativamente precisamos crescer mais, mas já é um grande avanço.
Esse crescimento veio pela política e organização adotadas no comando partidário. É a maior conferência que já fizemos aqui no estado, e mostra que o partido está muito mais organizado.

Vermelho – Então esse crescimento representa uma diversificação do perfil dos comunistas paulistas…
MC – Sem dúvida. Há um afluxo grande de trabalhadores, operários, trabalhadores diversos, temos dirigentes sindicais – alguns desses presidentes de grandes secções municipais – uma participação grande de mulheres presidindo o partido ou presentes em outras funções nas direções municipais e uma participação grande e renovada da juventude.
Nós saímos desse processo com 1100 dirigentes municipais, 540 assembleias de base e vamos reunir em torno de 600 delegados. Espera-se uma grande conferência, uma elevação de quadros novos, gente do povo, muitos com experiência política, outros começando agora, gente da esquerda, com trajetória política importante. Um exemplo é o novo presidente do partido em Guarulhos, segundo município do estado. Ele é operário químico. O presidente do partido em Santos é um sindicalista e outro fato a ser notado é que estamos com gente de várias centrais sindicais, da CTB, da Força Sindical, da UGT, da Nova Central e até da CUT.

Vermelho – Tanta renovação implica numa reestruturação partidária?
MC – Os desafios na estruturação partidária passa pelas diretrizes do 7º Encontro de Questões do Partido de 2010, com a nova política de quadros. Nós estamos implementando o Departamento Estadual de Quadros, expandindo as macrorregiões, com a meta de atingir até 30 e, nas grandes cidades, instituir os Fóruns de Dirigentes Intermediários.
Estamos também elaborando uma revisão organizativa, principalmente nas cidades com mais de 500 mil habitantes e o desafio de instituir horizontalidade e uma ação social, pelas principais referências nacionais de movimentos sociais como o de LGBT, cujo presidente é do próprio estado, o das lutas comunitárias por moradia, da frente anti-racista e também na luta de ideias.

Nádia Campeão

Vermelho – O que se espera da Conferência Estadual do PCdoB de São Paulo?
Nádia Campeão – Nossa expectativa é que a Conferência Estadual marque um avanço político e organizativo do PCdoB de São Paulo. Estamos vindo dos últimos quatro anos, ou seja, das duas últimas conferências num movimento de recuperação de espaços políticos que o partido havia conquistado anteriormente. E nessa conferência não só vamos constatar que esses espaços foram reconquistados, mas que também avançamos ainda mais, relativamente ao que era o partido a uns cinco, seis anos atrás. Então a nossa expectativa é que a conferência sirva de ponto inicial, como uma nova onda de acumulação e crescimento partidário no Estado.

Vermelho – Então a nova direção tem um cenário novo pela frente.
NC – Sim, e que a nova direção siga liderando o nosso partido com uma política de crescimento, abertura para novas filiações em setores prioritários onde o PCdoB atua, ou seja, junto aos trabalhadores, juventude, mulheres, lideranças comunitárias, políticas e novos vereadores. Que ela continue conduzindo esse processo de abertura, que seja capaz de orientar um posicionamento político correto para o partido nas eleições estaduais de 2012 e que, desta forma, se crie as condições para que tenhamos uma mudança política no Estado em 2014.